Jorge Paz Amorim

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Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

quarta-feira, 24 de setembro de 2025

Lula: “A COP30 será a COP da verdade”


No último dia da 80ª Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque, o presidente Lula discursou na abertura do Evento Especial sobre Clima para Chefes de Estado e de Governo. Presidida por ele próprio e pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, a cúpula reuniu chefes de Estado e de governo para discutir o futuro do Acordo de Paris e os compromissos dos países rumo à COP30, a conferência do clima que será realizada em Belém, no Pará, em novembro deste ano.

O mundo diante da urgência climática

Em sua fala, Lula questionou se a comunidade internacional chegará à COP com a “lição de casa feita”. Ele lembrou que o Acordo de Paris deu liberdade aos países para formular suas metas de redução de emissões, mas ressaltou que esses compromissos, chamados de NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas), são obrigatórios. 

O presidente criticou a postura de países que ainda não apresentaram suas metas. “Sem o conjunto das NDCs, o planeta caminha no escuro. Só com o quadro completo saberemos para onde e em que ritmo estamos indo”. E denunciou o avanço do negacionismo climático, reforçando que ninguém está a salvo dos efeitos das mudanças do clima. “Muros nas fronteiras não vão conter secas nem tempestades. A natureza não se curva às bombas nem a navios de guerra. Nenhum país está acima do outro”.

Compromissos do Brasil

A nova NDC apresentada pelo Brasil traz metas ambiciosas. “Estamos comprometidos a reduzir as emissões de todos os gases do efeito estufa entre 59% e 67%, abrangendo todos os setores da economia. Nossa meta de zerar o desmatamento até 2030 contribuirá para concretizar esse objetivo”, explicou.

Lula ressaltou ainda que não há como dissociar a preocupação ambiental da justiça social. “Ao sediar a COP na Amazônia, o Brasil quer mostrar que não há como preservar a natureza sem cuidar das pessoas. Não há como revolucionar nossa relação com o planeta sem engajar uma ampla gama de atores”.

O risco da fragmentação

Ao longo do seu discurso, o presidente brasileiro alertou para os efeitos negativos da fragmentação internacional que acontece nesse momento e ameaça a cooperação global. “Cada compromisso rompido é um convite para as novas atitudes isoladas. O resultado é um ciclo vicioso de desconfiança e paralisia”.

E defendeu que os países resgatem a convicção da mobilização coletiva. Para ele, a transição energética pode ser motor de uma nova revolução produtiva, comparável à Revolução Industrial.

“A COP da verdade”

Encerrando sua participação, Lula fez um apelo direto aos países que ainda não definiram suas metas climáticas. “O sucesso da COP30 de Belém depende de vocês. Vamos juntos fazer da Amazônia o palco de um momento decisivo”.

Por fim, concluiu com uma advertência. “Eu tenho dito que a COP30 é a COP da verdade. Essa COP vai ter que dizer se nós acreditamos ou não no que a ciência está nos mostrando. Porque se não tomarmos decisão, a sociedade vai parar de acreditar nos seus líderes […] E todos nós perderemos, porque o negacionismo poderá vencer”.

(Agência PT)

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