Muitos juristas brasileiros não esconderam suas contrariedades com a decisão do ministro Alexandre de Moraes, que não viu indícios suficientes no refúgio sorrateiro de Boçalnaro na embaixada húngara como início de uma fuga a ser empreendida eventualmente.
Creio até que o próprio ministro deve ter essa convicção, de que havia a intenção de fuga, todavia, as consequências imediatas de uma decisão afirmativa levaria fatalmente a um pedido de prisão preventiva, algo que poderia ser amenizado com o passar dos dias, inclusive com a vitimização do detento, a ponto de provocar uma soltura.
Diante do risco de banalização da prisão do bandido mais perigoso do país, o titular do inquérito que apura o golpismo de 8/1 parece ter optado por esperar mais alguns dias, concluir sua peça jurídica calçada em provas robustas, decretando a prisão do condenado como cabeça da mais sórdida manobra que o país já experimentou, desde aquele fatídico dia em que a gorilada impôs o infame AI-5.
À medida que o tempo passa, o dia da divulgação da decisão final do STF a respeito do 8 de janeiro se aproxima, mais chiliques nervosos acometerão aqueles que sempre apostaram na impunidade, significa dizer que mais reações estúpidas aparecem no horizonte; há rumores de que o fiasco de Copacabana, verificado domingo último, não inibiu a boçalidade, tanto que ela já programa manifestações de rua em várias capitais. Que assim seja, afinal, o melhor momento pra fisgar um malfeitor é pegá-lo delinquindo em flagrante.
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