Jorge Paz Amorim

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Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

sábado, 5 de fevereiro de 2022

O impeachment de Dilma ainda há de ser anulado, como foi o de Jango


O deputado Paulo Pimenta(PT/RS) pretende anular as sessões que levaram ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff, assim como o Congresso anulou a deposição calhorda de João Goulart.

Politicamente, é bem mais difícil a iniciativa de Pimenta do que fora a do então senador Pedro Simon, em 2013, quando apresentou o Projeto de Resolução que anulou a atitude ilegal do presidente do Senado, Auro de Moura Andrade.

Andrade havia convocado sessão extraordinária para o cabalístico dia 1/4/1964 com pauta antirregimental, pois declaração de vacância do cargo de presidente da República não estava entre as normas previstas no Regimento Interno do Congresso Nacional.

Além disso, o chefe da Casa Civil de João Goulart, professor Darci Ribeiro, havia comunicado ao Parlamento que o presidente estava no Rio Grande do Sul, "em pleno exercício de seus poderes constitucionais", o que acentuava ainda mais o banditismo de Moura.

Portanto, a anulação daquela sessão que começou no dia da mentira e decidiu por abrir caminho à ditadura militar/empresarial no dia seguinte era bem mais fácil do que a anulação do impeachment fraudulento de Dilma, e mesmo assim só ocorreu 49 anos após sua decretação.

No caso de Dilma, embora seja um reparo histórico fundamental para fazer justiça a uma brasileira notável, reconhecido até por ministros do Supremo Tribunal Federal, há atores políticos ainda fortes que se opõe ao reconhecimento na medida em que isto significa identificar os sórdidos papéis exercidos por quem muito contribuiu para que o episódio tivesse o desfecho vergonhoso que teve, todavia, à margem de interesses escusos e paixões conservadoras, mais cedo ou mais tarde o impeachment de Dilma, orquestrado por uma 'assembleia de bandidos' será anulado.

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