Resistente a abrir seus ganhos na consultoria estadunidense Alvarez & Marsal após deixar o governo Jair Bolsonaro (PL), Sergio Moro (Podemos) foi um “golaço” para a empresa, segundo o jurista Lenio Streck.
Dados do Tribunal de Contas da União (TCU), divulgados discretamente pela revista Veja nesta quinta-feira (20), revelam que 75% do faturamento da empresa no Brasil vieram de empresas investigadas pela Lava Jato e que foram entregues pela Justiça à consultoria estadunidense que empregou Moro em processos de recuperação judicial.
TCU informa: de tudo o que a A&M – que CONTRATOU Moro – recebe de hon. como Admin. judicial, 2,2MM, cerca de 75% (1,5MM) vem, por coincidência, de empresas enredadas na Lava Jato. Em 30 m a A&M recebeu, só da ODB, 24 milhões! Contratação de Moro foi um golaço para A&M! Que faro!”, tuitou Streck.
Segundo a Veja, a Alvarez & Marsal recebeu ao todo R$ 42,5 milhões “ao longo de vários meses”, sendo “1 milhão de reais por mês da Odebrecht e da Atvos, antiga Odebrecht Agroindustrial, 150 000 da Galvão Engenharia, 115 000 reais do Estaleiro Enseada (que tem como sócias três construtoras investigadas em Curitiba, Odebrecht, OAS e UTC) e 97 000 reais da OAS”.
Moro, que recebeu R$ 646 mil reais como juiz em 2018 – antes de aceitar a proposta para comandar o “super” Ministério da Justiça de Jair Bolsonaro – teria embolsado em 2020 na consultoria bem mais que os executivos da empresa, que têm um ganho anual em torno de R$ 1,7 milhão.
Pré-candidato do Podemos à Presidência, Moro resiste em abrir seus ganhos, alegando que é assunto privado.
Nos bastidores, no entanto, pessoas próximas à investigação dizem que um relatório de inteligência financeira, com base em dados do Coaf, mostra que Moro teria movimentado cerca de 5 milhões de dólares no período em que atuou na consultoria.
O ex-juiz, artífice do processo que levou Lula (PT) injustamente à prisão e Bolsonaro ao Planalto, nega que tenha recebido a cifra, mas se nega a comprovar o quanto embolsou.
(Revista Fórum)
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