O jornal Diário do Pará deu o devido destaque ao anúncio feito pelo ex governador, Simão Jatene, de sua desfiliação do PSDB.
Simão não é tucano de primeira hora, quando o PSDB foi fundado(6/1988) ele ainda estava na assessoria do então ministro da Reforma e Desenvolvimento Agrário Jader Barbalho(PMDB).
Sua filiação vem na esteira da aproximação política da centro esquerda com o PT, quando surgiu a capa Almir Gabriel/governador; Raul Meireles/vice, que disputou as eleições governamentais de 1990.
Com a hegemonia do grupo de FHC no comando nacional da legenda privata, Almir Gabriel acabou ajustando-se ao neoliberalismo, mesmo sendo mais próximo de Mario Covas, desafeto notório de FHC.
Almir ganha o governo do estado, em 1994, e Simão torna-se o homem forte da economia durante os oito anos de gestão tucana, já que Almir também foi beneficiado com a compra da reeleição por FHC, sinecura extensiva a governadores e prefeitos.
Até o estremecimento entre Almir e Jatene, em 2006, quando o primeiro fez-se candidato ao governo paraense impedindo que Simão disputasse a reeleição, eram muito próximos, tinham o mesmo vocabulário, mise en scène e tudo mais.
Jader entrou em pânico quando soube da novidade, pois foi durante o governo Almir que fora preso pelo então procurador do MPF, Pedro Taques, segundo as más línguas, por influência do então governador paraense, já que o dito procurador era muito próximo dos tucanos.
Barbalho, então, bateu na porta dos petistas, invocou pesquisas, pintou cenários, ergueu castelos e mostrou aos vermelhos que, se trocasse o candidato já escolhido em encontro estadual, Mário Cardoso, pelo nome da senadora Ana Júlia, esta no meio do mandato de senadora, a vitória estaria garantida.
E o PMDB, que em 2002 foi o fiel da balança ao pender para Simão Jatene no 2º turno contra a petista Maria do Carmo, mudou-se de mala e cuia para junto do petismo e viu seu então presidente regional livrar-se do risco de mais uma temporada atrás das grades, plausível com Almir no governo.
Ana foi eleita, como todos sabem, e o PMDB foi governo até o dia em que percebeu que Almir já não reinava mais no ninho tucano; rompeu com o petismo, saiu atirando e juntou-se a Simão, agora candidato com aval da privataria de São Paulo e do comando financeiro da privatizada Vale.
E assim viveram felizes, privatas e pemedebistas, até 2013, quando o então todo poderoso global parauara, Rômulo Maiorana Jr, em cena típica de Aristides e noivinha sentenciou: ou ele(PMDB)) ou eu(Grupo Liberal), com Simão optando seguir apoiando a máquina de moer e fabricar reputações.
Hoje, Helder dá as cartas na política local através do uso escancarado da máquina pública estadual, como se fosse seu particular arsenal bélico/politiqueiro, enquanto Jatene precisará de muita lábia e cantoria para recompor sua força, embora seja do conhecimento de todos que ainda tem votos para incomodar.
Por tudo isso acima relembrado, penso que Simão não pode ser considerado carta fora do baralho sucessório, a não ser que o atual governador perceba que o adversário de 2014 já deu o que tinha que dar, porém, pelo incômodo que parece ainda provocar, Simão tem meios de se reintroduzir nesse jogo colocando mais um boizinho pra voar.
3 comentários:
Acho que Jatene com aval do apoio pelo estado do Tapajós e mostrando que o ex-prefeito do meu município de Ananindeua nada fez em 8 anos e que nestes três anos governando o Pará nada construiu a não ser algumas placas refeitas de obras para mascarar "inaugurações". Portanto, muita coisa pode acontecer, principalmente nos arraiais de quem traiu uma presidenta e agora trabalha a candidatura de Dória no estado do Pará.
Correto, meu caro. Mesmo que o estado ainda não tenha sido criado formalmente daqui até as eleições do ano que vem, Simão pode mostrar força no oeste e no sul/sudeste paraense obrigando o inoperante governador a rever sua raivinha, na verdade, medo.
Jatene pregriça não tem votos no oeste...so trabalha na grande belem...
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