Bastante instigante o artigo do Rodrigo Vianna, li no 247, a respeito de uma operação liberal/global, por enquanto discreta, tentando emplacar uma chapa presidencial formada por Ciro/Mandetta.
Por conta dessa articulação é que a Rede Globo teria, segundo o jornalista, dedicado grande parte do seu noticiário televisivo pra falar do Lula, mais inusitado: falar bem daquele que ela bombardeia há décadas.
A intenção óbvia, ainda, segundo Rodrigo, é fazer com que o petista contribua pra desidratar a popularidade de Bolsonaro, tornando este mais vulnerável à perda de percentuais de aprovação e permita outra candidatura no campo conservador.
No dito artigo, era dado como empecilho o projeto do governador de São Paulo, João Dória Jr., de disputar a presidência da República criando um racha naquele campo liberal/conservador, o que praticamente consolidaria a disputa entre Lula e Bolsonaro.
Hoje, o governador paulista deu a entender que os últimos acontecimentos, leia-se resgate dos direitos políticos de Lula vilmente usurpados por uma conspiração tipo Romero Jucá, o levaram a desistir da aventura, passando a dedicar-se à reeleição.
Removido esse obstáculo, é aguardar até quando vai o noticiário isentão em que Lula é tratado como ex presidente, e não como o vilão da novela fabricada pelo departamento de jornalismo da emissora na abordagem dos fatos, sempre fiel à ocultação recomendada por Roberto Marinho, claro.
Após o fim da lua de mel com a isenção, claro que deve voltar a estigmatização do petista, pintado como o Bolsonaro da esquerda, enquanto o candidato global seria referência da polidez, do equilíbrio, desafio hercúleo fazer Ciro Gomes abandonar seu jeito desordeiro de ser e passar a adotar linguagem mais refinada.
Bem, pelo menos a esquerda livrar-se-ia, como diz o vampiro ladravaz, da aporrinhação obsessiva de Ciro fingir-se gauche pra tentar abocanhar o eleitorado petista, artimanha de Dick Vigarista que nunca deu certo, mas causou muito estrago, ilusões à toa e retórica bem intencionada de alguns ingênuos, que acreditavam naquilo como se verdadeiro fosse.
Ciro Gomes, pertencente ao PDT das grandes corporações empresariais(Grupo Lehrman, Ambev) que financiaram a Mata Hari dos trópicos, deputada Tabata Amaral; e o DEM de Luiz Henrique Mandeta e de outros carnavais golpistas seriam a direita sem retoques, que deu ao país a chapa FHC/ Marco Maciel e muita miséria social.
Repetição da tragédia privata na forma de farsa? Seguramente. Mas aguça a curiosidade até de frade de pedra ver Ciro sem retoques, neoliberal tentando passar-se por social democrata, defendendo privatizações, arrocho fiscal, salarial, redução do tamanho do estado. Será que isto vinga ao menos como possibilidade?
Um comentário:
Acho que essa sua análise é bem plausível. Ciro é forte no empresariado e aliado aos demos e tucanos, pode ser mais um nome que deixará Bolsonaro praticamente fora do páreo. Agora resta combinar com os eleitores que praticamente dividem o Brasil nos moldes dos EUA. Quem sobreviver à pandemia verá.
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