Icoaraci, e quem gosta de comer um bom peixe em Belém, perdeu o Na Telha; e o Umarizal viu sair de cena o Açaí do Alonso, o melhor que eu tive oportunidade de saborear em 68 anos de vida.
Temo que essas gourmetizações globalizadas, que vão tragando nossas iguarias e acabando com esses lugares símbolos, acabem por soterrar nossa identidade culinária para produzir gororobas repugnantes que nem o professor João Raimundo terá coragem de provar.
Já vimos sumir do mapa muitas vendas de iguarias que eram verdadeiros points, onde se disputava a empurrões espaço pra adquirir um desses manjar deos deuses a feijoada do Well's, o galeto do Garrafão, o casquinho de Caranguejo do Corujão e por aí vai.
No entanto, até recentemente o sumiço desses pontos trazia sempre um substituto à altura que fazia esquecer a perda e nós continuávamos impávidos e gulosos sustentando o orgulho de ver nossas comidas ditas típicas firmes e fortes nos refestelando.
O diabo é quando isto aqui encheu-se de forasteiros adoradores de nossos acepipes, à frente o açaí, o cupuaçu, o tucupi, o jambu tudo já devidamente entronizado na alta culinária como ingredientes indispensáveis a certas criações.
E aí mora o perigo. Vide o caso do açaí, que hoje vive em más companhias fora do nosso território desprezando seus antigos parceiros de tigela; o mesmo risco estão correndo nossos outros orgulhos gastronômicos, da total descaracterização e sob risco de responsabilização por eventuais fracassos. Não dá!
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