Curioso. O governo consegue ser exato quando anuncia que reduzirá o imposto de renda de quem ganha mais, a alíquota maior da tabela cairá de 27,5% para 25%.
É enfático, também, ao declarar que o mesmo imposto para as pessoas jurídicas sofrerá redução ainda maior: passará dos atuais 34% para 25%.
No entanto, quando chega na hora de pronunciar-se a respeito da faixa salarial dos isentos, torna-se reticente e apenas diz evasivamente que essa faixa vai aumentar.
Há uma proposta da bancada petista no Congresso Nacional, tramitando desde 2016, em que a faixa de isenção beneficia aqueles que ganham até cinco salários mínimos.
Na campanha presidencial, o capitão do mato mentiu ao dizer que Fernando Haddad, candidato petista, havia roubado de si, do boçal em tela, a dita proposta, coisa que nunca defendeu publicamente antes de conhecer a proposta petista.
Agora, a equipe econômica vê com preocupação a situação, pois não demonstra qualquer interesse em atingir essa faixa de isentos bravateada por seu chefe, no entanto, qualquer percentual menor significará traição, tanto pelo blefe de campanha quanto pela generosidade com os de cima.
Metidos nessa sinuca de bico, os economistas sob o comando do agiota Guedes certamente construirão primeiramente o discurso, baseado na perda de receita que significaria a tal isenção, claro que repercutido pela mídia calhorda, seguida de uma correção tímida.
Gato escaldado pela água quente da tunga previdenciária jamais pensará que a outra a ser atirada pela tal reforma tributária será em temperatura amena, mesmo porque a montanha de dinheiro que o governo abrirá mão com a baixa das alíquota pra quem ganha mais não permitiria. Advinha quem vai pagar essa conta?
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