Segundo o Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias- Infopen, a população carcerária brasileira, em junho de 2016, era de aproximadamente 726 mil presos.
Desses, 40% aguardam julgamento. Geralmente são aqueles flagrados furtando e acabam apodrecendo física e moralmente naqueles depósitos imundos à espera do andamento dos seus respectivos processos.
Chama a atenção que esperem trancafiados o julgamento, evidentemente por serem de origem humilde, enquanto os de terno e gravata aguardam em liberdade.
Ainda ontem, o ministro do STF Roberto Barroso deu uma declaração pública que em qualquer país onde houvesse respeito às leis causaria grande comoção e repercussão mobilizadora das instituições a fim de reparar o erro apontado.
Disse o ministro que desses 726 mil presos poucos têm contra si provas tão robustas quanto o senador pelo PSDB mineiro, Aécio Neves.
Ora, Aécio está solto. Certamente apresenta periculosidade mais preocupante do que a grande parte desses 40 % que aguardam decisão da justiça, pelo menos.
Mas, pelo que declarou Barroso, Aécio é até mais perigoso que muitos dos condenados, já que poucos deve ser entendido como uma minoria que cumpre pena por cometimento de crimes mais graves que os cometidos pelo senador.
O pior é saber que esse poder judiciário composto por um grande número de pop stars, com direito a poses na mídia, recebimento de troféus, endeusamentos artificiais, entre outras encenações, tenta fazer crer que há uma cruzada contra a corrupção.
No entanto, uma simples declaração de alguém de dentro desse sistema carcomido mostra que, se muito andamos, não chegamos a lugar nenhum. Vale dizer, a justiça brasileira continua, elitista, seletiva, anacrônica e ineficaz. Simples assim.
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