Agora que a poeira da desclassificação sentou, parece que o Santos está mais conformado e ciente que sua constrangedora petição, pedindo a anulação de um jogo em que saiu vencedor, não tem como ser aquiescida pela desproporcional quantidade de imprecisões em um pedaço de papel tão pequeno.
Além da acusação leviana a um repórter, ignorando que a equipe de árbitros comunica-se através de equipamentos eletrônicos quase instantaneamente, portanto, sem a necessidade de recurso a ilícito diante de uma pequena multidão, há afirmações na petição santista que agridem até o mais singelo bom senso.
Por exemplo, afirmar que o árbitro auxiliar estava a uma distância que não permitia ter a visão do lance com a exatidão que firmasse convicção.
Nada mais falso. O quarto árbitro estava uns cinco metros após a linha central do gramado, logo, uns 30mts, 35mts da jogada polêmica, sendo que lá estava estático, ao contrário do árbitro principal que vinha em velocidade, correndo na diagonal e com a atenção também em outros pontos do gramado, conforme o recomendado.
Explico melhor esse detalhe da distância: se a extensão do gramado é de 105 metros, óbvio que sua metade são 52,5mts. Supondo-se, pela imagem da televisão, que aquele quarto árbitro estava no campo rubro-negro uns cinco metros, então, estaria a 47,4mts.
Só que não, pois a grande área possui 16,5mts de extensão e a disputa entre Rever e Bruno Henrique ocorreu no primeiro metro dentro da grande área, provavelmente a uns trinta metros de onde estava aquele que mostrou ao árbitro principal que o mesmo havia cometido um erro.
Restou, então, a acusação de favorecimento recorrente ao Flamengo, mas até para essa acusação o Santos precisou ser leviano, pois omitiu que no domingo anterior houve lance semelhante, em sua partida contra o Bahia, e envolvendo o mesmo atacante santista, que caiu na área adversária, viu o árbitro marcar pênalti para depois voltar atrás auxiliado pelo quarto árbitro. O simpático clube da Vila Belmiro perdeu uma grande chance de ser desclassificado com dignidade.
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