Na ocasião, Gleisi informou que nos dias 27 e 28 de julho haverá reunião de planejamento estratégico da Executiva do PT, e destacou a importância da participação das mulheres nesse processo.
“Eu acho que nós temos, enquanto mulheres, o desafio de apresentar o que nós queremos para esse período, qual a nossa visão para a direção do PT, como nós vamos fazer o nosso planejamento”, afirmou.
A presidenta destacou que a participação feminina dentro do PT é resultado da luta das mulheres no interior do partido.
“Se não tivéssemos mulheres lá dentro que enfrentassem essa situação, possivelmente a gente não tinha essa presença de mulheres na direção, presença de mulheres petistas no parlamento, e ter a presidência do PT na mão de uma mulher. Isso para nós, enquanto petistas, é orgulho. Não quer dizer que não temos problemas, temos muitos. Por isso essa reunião e essas conversas para a gente saber como encaminhar e resolver esses problemas e as soluções”, apontou.
Em sua fala, a secretária nacional de Mulheres do PT, Laisy Morière, enfatizou que, quando uma mulher está num cargo de poder, é preciso ter muita solidariedade das outras mulheres, pois a política ainda é um ambiente muito masculino e que reproduz muitas práticas machistas.
Na mesma linha, a ministra das Mulheres do governo Dilma Rousseff, Eleonora Menicucci, reforçou que, mesmo não ocupando cargo dentro do PT, está à disposição da nova presidenta. “Na hora que precisar e quiser, me chama que estou aqui para ajudar”.
Presente à reunião, a presidenta eleita do PT de Minas Gerais, Cida de Jesus, afirmou que ainda há uma cultura machista muito forte e, por isso, é necessário que as próprias mulheres se mantenham atentas todo tempo, “porque às vezes a gente reproduz isso. Por isso, temos muito desafios para dentro do partido”.
Entre os desafios, Cida sugeriu a criação de mecanismos de comunicação entre as Secretarias de Mulheres dos estados para debater políticas voltas ao empoderamento das mulheres.
“Não vamos fazer sozinhas. Temos que construir uma unidade forte e solidária, senão estaremos reproduzindo isso que estamos criticando aqui hoje”, completou.
Gleisi pediu o apoio de todas as mulheres para se manter alerta quanto a essas questões.
“Porque às vezes é difícil a gente estar ali no dia a dia, a gente não consegue perceber isso e vai reproduzindo a forma masculina de fazer. Não quero que tenha composição de mesa chamando mulher só para ter mulher na foto. Acho que nós temos que empoderar de fato, colocar nossas mulheres para fazer o debate político, colocas nossas mulheres para coordenar processos. Agora isso é um desafio inclusive para nós”, afirmou a presidenta.
Paridade na Executiva do PT
A composição da Comissão Executiva Nacional do PT, empossada no dia anterior, foi um dos grandes temas da conversa. Para as petistas, a composição não respeitou a paridade entre homens e mulheres nos cargos de direção.
“Não houve paridade e vamos ter que resolver isso, principalmente porque temos uma mulher na presidência do PT”, destacou a secretária nacional de Mulheres do PT.
Para ela, as mulheres de todas as correntes internas do PT precisam se unir para garantir a paridade.
As militantes destacaram que o Partido dos Trabalhadores avançou nas pautas das mulheres com as cotas e depois com a paridade de gênero nas direções partidárias, assim como nos governos do PT, que implementaram políticas públicas voltadas para as mulheres.
“Por isso mesmo não podemos aceitar retrocessos dentro do próprio partido”, declarou Kátia Guimarães, do Coletivo Nacional de Mulheres do PT, filiada do Mato Grosso do Sul.
Na sua avaliação, uma mulher na presidência do partido é importante e simbólico. “Mas, mais que isso, Gleisi na presidência do PT é um instrumento de luta, de enfrentamento ao machismo, de fortalecimento das nossas pautas”.
Já Menicucci afirmou que houve quebra da paridade dentro do PT.
“Foi isso que nos passou e passou para todos. O recado foi péssimo. O recado foi que a paridade é só no papel. E isso não podemos aceitar de maneira alguma. As pautas de gênero também não podem ficar só no papel”.
Para Gleisi, ainda há tempo para reverter esse quadro, na próxima reunião da Executiva Nacional.
“Nós temos uma simbologia de ter uma mulher na presidência, temos a paridade, então temos que resolver isso. É para cumprir a regra. Eu acho que tem que sair um manifesto aberto das mulheres do PT, eu assino inclusive, mas precisa ser dirigido a todas as forças do partido com cópia para a presidência e para toda a direção e executiva nacional”, afirmou.
A partir das falas das petistas, Gleisi destacou a possibilidade de se criar dentro do PT uma espécie de observatório para cumprimento de regras estipuladas internamente no partido, que vai fiscalizar por todo País o cumprimento de resoluções como a paridade, a criação da secretaria LGBT, entre outros.
(Agência PT de Notícias)
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