A prisão do empresário de transportes coletivos Jacob Barata Filho, pego pagando propina no Rio de Janeiro a fim usufruir de benefícios fiscais e legais, pode ter desdobramentos cá por Belém, em razão do dito empresário também explorar esse ramo de negócio por aqui.
Além disso, sabe-se que não são das mais transparentes as relações entre o empresariado e os prefeitos mais recentes que governaram Belém.
O antecessor de Zenaldo mandou mensagem à Câmara Municipal, e fez sua base de apoio aprová-la, concedendo perdão de dívida milionária de ISS dos empresários permissionários do transporte coletivo, sem que isto tivesse reflexo no preço da passagem.
O atual até de garoto-propaganda fez pose em ônibus tido como novinho em folha e parte de uma frota que seria renovada em quase toda sua totalidade, empulhação ensaiada entre poder público e empresários logo desmascarada pela triste realidade dos fatos.
Até Edmilson Rodrigues, Belém tinha a tarifa mais barata do Brasil; hoje, nossa tarifa custa uns 20% mais cara que a da vizinha São Luís(MA), sendo que os ônibus de lá são dotados até de ar condicionado.
Há mais coisas entre as garagens dos ônibus e os gabinetes da administração municipal do que pode supor nossa vã sabedoria dos fatos. E é isso que pode vir à tona diante da montanha de documentos apreendidos.
Se esse papelório será de conhecimento público é incerto. Afinal, a tal operação que foi aos calcanhares da máfia dos transportes coletivos destacou-se mais pela seletividade em seu trabalho do que por investigações transparentes.
Nesse sentido, aqueles que tiverem padrinhos fortes junto aos operadores do "direito penal de Curitiba" podem continuar a dormir tranquilos o profundo sono dos impunes, na certeza de que tal documentação, se existir, jamais será de domínio público e que a prisão dos empresários na manhã de hoje logo será revogada, tão logo passe o efeito do susto no destinatário do recado. A conferir.
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