Sinal dos tempos temerários ora vividos. Quando se completam 500 anos da reforma protestante iniciada por Martinho Lutero, a justiça dos homens entendeu que emprenharam a Bíblia e mandou anular as eleições para a escolha dos novos dirigentes da seita Assembléia de Deus.
Pior. É a própria justiça que vai determinar o tipo de norma de conduta a ser seguido, bem como a data do novo pleito.
Até aqui, sabia-se que eleição dos membros da chamada bancada da Bíblia padecia dos mesmos vícios encontrados na escolha daqueles que fazem parte das bancadas da Bala e do Boi, o voto de cabresto ortodoxo, herança dos tempos da república velha.
No entanto, não há como negar ter sido surpreendente que numa disputa interna tenham aflorado vícios semelhantes aos que Lutero denunciou há meio milênio, pois tratava-se de usar a população como massa de manobra e movido principalmente pelo medo.
Aguardemos, então, que na próxima eleição haja menos proselitismo fundamentalista e mais aquilo que todo mundo espera como comportamento das pessoas, independente de suas crenças religiosas: que a honestidade prevaleça e em seu nome sejam feitas as escolhas, ao invés de invocações esdrúxulas e rapaces.
Nenhum comentário:
Postar um comentário