Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

sexta-feira, 5 de maio de 2017

O Brasil dos últimos dias


Segunda-feira agora dia 01 de maio eu voltei depois de dez dias fora. Eu tinha ido lançar um livro na Espanha. E aí hoje então, terça-feira dia 02, foi o meu primeiro dia de volta mesmo. E o que eu vivi hoje? Bom, a manhã inteira até o meio da tarde, na zona norte do Rio de Janeiro, uma guerra civil. Quer dizer é uma cidade sem instituição, sem Estado, sem polícia. Uma imagem que eu vi na internet, uma coisa que eu fiquei até com pena deles, se é possível ter pena de policial militar. Eram quatro PMs cercados de oitenta garotos saqueando um caminhão. O que eles iam fazer, matar os garotos? Quer dizer, essa imagem ficou pra mim como a impotência total.

Agora, o que aconteceu quando eu estava fora? Teve aquela greve, que segundo o Ilegítimo foi um protesto dos insatisfeitos. O que mais? Pesquisa: seis em cada dez brasileiros são contra a reforma da lei trabalhista. Sete em cada dez brasileiros são contra a reforma da Previdência Social. Oito em cada dez brasileiros são contra a economia, a política econômico, o descalabro da dupla, o casal perfeito Temer e Meireles. Nove em cada dez brasileiros são contra o governo. Quer dizer, você sai, passa dez dias fora e quando você volta não está tudo igual, está tudo pior. Isso pra não falar no desemprego.

Aí o que eu vejo? Vejo Osmar Serraglio da bancada ruralista, ministro da Justiça, comentando um atentado, um massacre contra indígenas no Maranhão. E o que diz ele: são pequenos agricultores contra supostos indígenas. Ninguém é suposto japonês, suposto indígena. Ele é um suposto ministro, completamente despreparado. O que vai acontecer com ele? Nada, nada! Ele e Temer se merecem. Ele é o homem certo, no lugar certo, de um governo não só ilegítimo, mas totalmente errado.

E o que mais? Aquela figurinha evangélica, com arzinho, o nome corresponde à cara (desculpe eu estou lendo porque é difícil pra mim decorar isso), Deltan Dallagnol. Esse sujeitinho resolve peitar o Supremo Tribunal, que já não é lá essas coisas. Mas eu nunca vi cabo de esquadra desafiar almirante. O que vai acontecer com ele? Nada, nada!

Ah meu deus do céu. E aí hoje eu leio na internet que um camarada chamado Nilson Leitão, da bancada ruralista, da mesma bancada do Osmar Serraglio, do PSDB do Mato Grosso, o que ele diz? Que tem que ter uma reforma para que o patrão não precise pagar o empregado em dinheiro, pode ser com moradia, pode ser com comida, pode ser com amendoim desses que a gente joga para macaco em jardim zoológico. Faltou esse Leitão propor uma reforma urbanística: a volta da senzala.

Dez dias fora e o que eu encontro? O país piorado. Michel Temer, Osmar Serraglio e este Nilson Leitão capaz de dizer uma porqueira dessa, uma porcaria dessa. O que vai acontecer com eles? Nada!

Que não aconteça nada com eles é terrível. Deltan Dallagnol… Não vai acontecer nada com eles. E com o Brasil? Vai acontecer, está acontecendo. A gente vai naufragando cada vez mais. A Espanha não está lá essas coisas, não está mesmo não. O Rajoy que o Temer considera um modelo de política econômica é mesmo um modelo pra ele. Está destruindo emprego, está precarizando, está destruindo a Previdência Social e está cercado de corruptos por todos os lados. Pode ser modelo pro Temer. Agora, a gente está pior. Não acontece nada com esses canalhas e com o Brasil acontece uma canalhada.
(Eric Nepomuceno/ Nocaute)

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