Não se combate fatos com retórica autoritária

Seria bom que o governador Simão Jatene convocasse cadeia regional de tevê para apresentar documentos que provem sua inocência, inclusive o porquê de ter aumentado estratosfericamente a concessão de cheques moradia a partir de agosto de um ano eleitoral, deve ter havido demanda excepcional que justificasse essa medida.

Porém, defender-se apenas desqualificando os componentes do juizado eleitoral que condenaram é recorrência privata à Aécio que, quando atacado pela infame revista Veja desqualificou a publicação, mas não disse absolutamente nada que o defendesse. Pior, antes da eleição de 2014 qualificou a revista como a maior do país, ao mesmo tempo que usou sua capa para produzir cinco milhões de panfletos contra sua adversária naquele segundo turno.

É verdade que a tática tonitruante da privataria tucana tem funcionado no resguardo de sua impunidade, poderia ser inocência caso tivessem a humildade de submeterem-se a julgamentos, todavia, isto não pode criar um parâmetro baseado em inusitado posicionamento à margem da lei quando eventualmente são atingidos.

Por isso, o governador terá todo o tempo do mundo pra mostrar que as acusações do Ministério Público que levaram 4 juízes do TRE/PA a condená-lo não procedem, em vez de transformar isso em xingamentos entre duas facções organizadas. Ou procedem ou são insuficientes para selar a culpabilidade do governador. Então, que siga o processo fiel aos seus autos, sendo a retórica marginal a ele descartada e considerada fato grave na tentativa de obstrução da aplicação da lei. Só isso.