Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

quarta-feira, 22 de março de 2017

Servidores estaduais e municipais pagarão um extra pra tunga temerária


Esse fatiamento da reforma previdenciária do golpismo pode até parecer a alguns um ganho oriundo da pressão feita pelas centrais sindicais, na perspectiva de, lá adiante, essa mesma pressão conseguir derrubar iniquidades como idade mínima para mulheres se aposentarem aos 65 anos, além de uma provável negociação que reduza dos atuais 49 anos de contribuição a um número menos escorchante.

Desconfio que isto já estava no horizonte dos golpistas. Isto é, jogaram lá pra cima para, na hora da pressão, recuar ao número que realmente queriam ver aprovado, retirando o bode da sala e transparecendo flexibilidade na hora de negociar.

Porém, o pior parece ter ficado guardado para servidores estaduais e municipais, excluídos que foram das regras gerais da previdência nacional, matreiramente alcunhado isto pelo golpismo como preservação da autonomia dessas unidades federativas.

Todos presenciaram a barbárie que se constituiu a mudança nas regras desse setor no Rio de Janeiro a fim de tapar os rombos deixados no governo daquele estado pelo assaltante Sérgio Cabral Filho e sua quadrilha. Como se sabe, a alíquota do desconto chegou a estratosféricos 32% dos salários.

Mesmo que essa nova fórmula tenha sido para uma vigência temporária, essa autonomia fatalmente tornará a decisão transitória em permanente, mesmo que com alíquota um pouco abaixo da atual. Em geral, estados e municípios têm menos holofotes sobre si, daí sofrerem menor pressão essas maiorias governistas, abrindo-se a possibilidade de escancarar as portas para regras ainda mais draconianas do que as da reforma temerária.

E isso que ocorreu no Rio de Janeiro tende a sofrer efeito cascata, sabe-se que o mesmo ocorreu no Rio Grande do Sul, no Paraná, sabendo-se lá quantas mais tratativas fisiológicas serão postas em prática Brasil afora, sem contar os municípios que possuem regime previdenciário próprio, também sujeitos a aprovar quaisquer medidas encaminhadas por aventureiros inquilinos do Poder Executivo.

Resumo dessa opera fantasmagórica, aquilo que era ruim pra todo mundo não melhorará em nada para grande parcela dos trabalhadores da iniciativa privada e servidores federais. No entanto, para servidores estaduais e municipais tudo tende a piorar, pois recairá sobre seus ombros a responsabilidade do pagamento da conta de aventuras diversas de natureza cabralina que desfalcaram o erário e deixaram essas unidades federativas à míngua e dependente dessa tunga no bolso de seus servidores. É só esperar o efeito cascata dessa delinquência.

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