Jorge Paz Amorim

Minha foto
Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

segunda-feira, 13 de março de 2017

Se 50% do que ele fala é verdade, logo, 50% não é.


Desconfio que o ministro Gilmar Mendes tem 50% de razão quando diz. "Não podemos misturar necessariamente casos de corrupção com casos de caixa 2. Haverá casos de caixa 2 que se caracterizam em corrupção: o dinheiro foi escondido, tinha origem espúria e tinha como objeto algo espúrio. E haverá casos de caixa 2 em que simplesmente se tratou de esconder para o público em geral o recurso que tinha finalidade de aporte eleitoral".

Ora nada mais espúrio do que pegar dinheiro para conspirar contra o regime democrático do país, como fizeram Temer, Cunha, Padilha, Yunes e outros. Além disso, é sabido que muitas fortunas foram feitas às custas desse dinheiro de "origem espúria", inclusive por muitos dos acima citados.

Assim como é verdade, também, que em vários casos é notório que os recursos tinham a "finalidade de aporte eleitoral", aliás, como já havia revelado o publicitário João Santana quando declarou ao verdugo curitibano que se colocasse em fila todo mundo que pegou dinheiro pra campanha eleitoral pelo caixa 2, a fila dos beneficiários iria de Brasília ao Acre.

O problema é que Gilmar é o mestre da dissimulação através da inversão do sinal dos fatos. Foi assim no caso do grampo que a conversa entre ele e Demóstenes Torres havia sofrido e o áudio nunca foi mostrado, era apenas ardil velhaco pra pressionar Lula a substituir Paulo Lacerda na superintendência da PF, pois aquele delegado havia desbaratado várias quadrilhas surgidas à época da privataria tucana e muitas outras estavam na iminência de ter o mesmo destino, daí a 'operação-abafa' de ações como a Castelo de Areia e Satiagraha.

Foi assim no caso em que acusou Lula de ter pedido a ele, Gilmar, que ajudasse a adiar o julgamento da AP 470, conhecido como 'mensalão petista, afirmação prontamente desmentida pela única testemunha da conversa, o ex-ministro Nelson Jobim, atirando por terra a credibilidade de Mendes, embora isto não o fizesse parar de desrespeitar a toga que usa.

Foi ele que, derrotado na ADI movida pela OAB, no caso da proibição da influência do poder econômico no processo eleitoral brasileiro, acusou a entidade de petista e foi igualmente desmentido pelo advogado da entidade, que lembrou ter a dita sido movida pelo ex-presidente Ophyr Cavacante Jr., que até filiado ao PSDB foi.

Foi nessa mesma sessão que Gilmar acusou o PT de se utilizar das estatais para eternizar-se no poder e instaurar uma 'cleptocracia através do dinheiro desviado dessas empresas', sendo mais uma vez desmentido pelos fatos conforme o desenrolar dessa história mostrou.

Resta, então, que se pegue Gilmar pela palavra e faça o comparativo entre as trajetórias pessoais e patrimoniais dos acusados a fim de comparar quem pode ter usado o caixa 2 apenas como "aporte eleitoral", de quem o utilizou de "forma espúria" inclusive, repita-se, para assaltar o poder.

Curiosamente isto pode dar até razão parcialmente a Gilmar, todavia, o pegará novamente na mentira diante da evolução patrimonial de todos os investigados sob acusação dessa prática. Que tal?

Nenhum comentário: