Jorge Paz Amorim

Minha foto
Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

sexta-feira, 31 de março de 2017

Cunha: a um passo da liberdade


Se o Supremo Tribunal Federal garante aos réus que respondam seus processos em liberdade, até que sejam condenados em 2ª instância, então, Eduardo Cunha está mais para sair da cadeia do que cumprir a pena que Sérgio Moro lhe impôs, ontem, atrás das grades. Vale dizer, acautelem-se aqueles que esperam por uma delação vingativa.

O passo seguinte pode muito bem ser submete-lo ao padrão Eduardo Azeredo, aquele tucano que renunciou ao mandato parlamentar para escapar do julgamento pelo STF, foi à primeira instância, sendo condenado a 22 anos de prisão, mas flana por aí porque seu processo dorme a sono solto em alguma gaveta da segunda instância, já estando bem perto da prescrição.

Cunha terá todos os elementos para procrastinar o julgamento do seu recurso em liberdade, a começar pelo questionamento da vara responsável pela tarefa. Pode até barganhar com o staff do golpismo, garantindo seu silêncio, em troca da transferência do seu processo para fora de Curitiba.

Isto vai causar indignação popular? Claro, afinal Cunha merece o repúdio de cerca de 90% da população brasileira, nível temerário de antipatia, segundo a pesquisa do Instituto Ipsos. Todavia, se a Globo colocar dois ou três dos seus especialistas em direito para explicar o porquê da soltura de Cunha, essa antipatia pode até não diminuir, mas ameniza a fúria contra a impunidade do facínora em tela, transferindo-se essa indignação para a abstrata viralatice que sempre conclui: este é o Brasil.

Além disso, e até por consequência, Moro verá seus índices de popularidade subir na medida em que no conceito de grande parte da população ele terá feito sua parte, porém, a engrenagem de poder está do lado de Cunha e isto ajudou a a enfraquecer a corajosa decisão do verdugo curitibano. Restará, de acordo com o credo popular, dar mais poderes ao dito juiz.

De contrabando, isto ainda pode ser usado como argumento contra o projeto que pune abuso de autoridade, ora tramitando em fase terminativa no Senado Federal. Diante do sectarismo anti PT dos jagunços midiáticos, trata-se de uma excelente ocasião para fustigar a legenda, mostrando que os advogados de Lula são mentores desse projeto a fim de intimidar a força tarefa curitibana.

Resumindo: Cunha pode estar a um passo da liberdade, protegido pelo entendimento do STF; mas José Dirceu, na mesma situação, não; Moro poderá ser vitimizado, aumentando sua popularidade de justiceiro; Temer é cassado, sendo página virada durante a campanha de sua sucessão; as elites prometem pela enésima vez tirar o país do atoleiro, mesmo apresentando o mesmo receituário golpista e assim poderemos dar entrada no processo sucessório de 2018. A conferir.  

Nenhum comentário: