Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

País/presídio


Segundo afirmou o padre Valdir Silveira, coordenador nacional da Pastoral Carcerária,  em entrevista à BBC Brasil, "Aquilo é uma fábrica de tortura, que produz violência e cria monstros. É um ambiente de tensão e barbárie constante"... "Você vê isso em todos os Estados. É uma bomba-relógio que pode explodir a qualquer momento no país inteiro. No presídio do Humaitá, também no Amazonas, a situação é ainda mais precária".

Pois é, mas o ministro carniceiro e golpista da justiça prega o uso de mais armas e menos teoria pra se combater a violência no país. Pelos relatos, armas não faltaram nessa trágica rebelião, assim como não faltarão caso estejam certas as previsões do padre Valdir.

Com um histórico deplorável como titular da Secretaria de Segurança do estado de São Paulo, quando autorizou a PM a praticar os mais vis espancamentos contra professores, estudantes, movimentos populares, além do recorde de execuções, principalmente de jovens negros, nas periferias das grandes cidades daquele estado, não poderia dar certo como Ministro da Justiça, um cargo com perspectiva civilizatória em momento tão conturbado vivido pelo país.

Ao mesmo tempo que a cultura do ódio, fomentada pela mídia e executada por certa fração de servidores públicos, nos faz iniciar o ano deparando com a barbárie contida na chacina de Campinas e esse episódio no Amazonas, fica claro que estamos diante do alto risco de vivermos em um país que virou um grande presídio, sob o domínio do justiçamento em substituição aos parâmetros legais.

Seja na estação do metrô, em uma festinha familiar, andando por uma rua estamos à mercê da violência. Não mais apenas daquela violência oriunda da duradoura onda de assaltos praticados para a apropriação violenta de pertences alheios com risco de morte, fruto de diversas causas que não cabe aqui enumerar. Mas, da violência decorrente da intolerância difundida contra certos segmentos sociais, estigmatizados pela nefasta ação midiática como beneficiários de iniciativas governamentais tidas como corruptas.

Aonde isso vai parar não sabemos. Desgraçadamente, apenas desconfiamos tratar-se de algo duradouro, principalmente diante da inação e incompetência de um governo espúrio, bem como do império midiático que fomentou essa selvageria e agora finge que nada tem a ver com os resultados. Preocupante.

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