Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Desarranjos


Dizem as línguas afiadas com boa memória que Michel Temer estava de malas e cuia preparado pra deixar o PMDB fazendo parte do grupo ético(quá,quá,quá) que fundaria o PSDB. Na undécima hora e em comum acordo com seu líder, José Serra, desistiu pois acharam mais importante tê-lo como uma espécie de 'pangarezinho de Troia' na legenda abandonada, do que ser mais um pra disputar espaços no carreirismo privata.

Cada vez mais isolado, a partir do desnudamento das respectivas folhas corridas de seus comparsas mais chegados, Temer vai se agarrando ao tucanato pra ver se ao menos ele consegue estancar a sangria. Parece já ter vendido a alma aos tucanos, dando a entender que não oporá resistência aos golpistas de dentro do golpe, em troca de escapar ileso das delações da Odebrecht.

Enquanto isso, assiste impassível parte do PMDB que não lhe deve obediência ser destroçada na vã esperança que comandará sem sobressaltos aquilo que sobrar da legenda.

Pode até ser que dê certo. No entanto, na maioria dos estados do Brasil o que se vê é a ascensão de uma gama de herdeiros políticos de coronéis pemedebistas em fim de carreira. Fora, talvez, São Paulo, Rio Grande do Sul e Bahia, sob controle temerário absoluto, os demais estados tendem a não submeter-se a comando único, mantendo a tradição confederada que a legenda ostenta desde os seus tempos de MDB.

Assim, tirar do páreo Renan Calheiros, Jader Barbalho, Edison Lobão, Valdir Raupp, Romero Jucá, entre outros, não garantirá um PMDB linha auxiliar dócil do PSDB, caso vingue o golpe dentro do golpe.

Antes, ao contrário, poderá significar a frustração dos planos biônicos da privataria chegar ao poder. Veja-se o exemplo do afastamento de Renan. A primeira coisa que o tucano Aloysio Nunes Ferreira fez foi ir pra cima do petista Jorge Viana, substituto eventual de Renan na presidência do Senado, exigindo a manutenção da pauta da pauta dos trabalhos do Senado Federal.

Hoje, após reunião na casa da presidência do Senado ànoite de ontem, Jorge Viana anunciou exatamente o oposto: suspensão total da pauta dos trabalhos naquela Casa, aí incluída a tramitação da PEC do Fim do Mundo, ponto de sustentação de Michel Temer na presidência do país.

Onde essa zorra vai parar ninguém sabe. Sabe-se apenas que o tal desarranjo institucional caminha para ficar cada vez mais parecido com um desarranjo intestinal. Fatalmente, muita sujeira espalhar-se-á(aaarrrrggghhh) pelo país. Resta saber quem terá capacidade de limpar-se e limpar o ambiente para que tenhamos um futuro com ar mais respirável. Dureza!

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