Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Dilemas viralatas


Em discreta nota na coluna 'Painel', desproporcional ao estardalhaço feito a quando da prisão do petista Antônio Palocci, a Falha(FSP) registra que "As buscas e apreensões feitas pela PF na Operação Lava Jato nos endereços do ex-ministro não renderam muitos frutos à investigação".

Ou seja, a famigerada operação obedeceu o cronograma eleitoreiro imposto pela direita brasileira, deixando-se instrumentalizar por interesses espúrios daqueles que não viam outra alternativa para comandar o país. Recorde-se que, 48 horas antes dessa prisão arbitrária, o ministro da justiça do golpismo fazendo campanha para o tucano Duarte Nogueira, no município de Ribeirão Preto(SP), antecipou em mensagem nada sutil o que ocorreria. Palocci já fora prefeito de Ribeirão Preto.

Enquanto isso, seguem as análises que mal disfarçam a euforia midiática com a conclusão de ter sido o PT o grande derrotado nessa eleições. Cantam vitória contra um adversário que se encontra amarrado, manietado e grogue, como se a derrota tivesse ocorrido em uma luta limpa.

Por outro lado, o também derrotado Aécio Neves foi o autor da conclusão mais serena a respeito desse resultado, certamente não por lucidez, mas como discreta justificativa. Disse Aécio, "há uma evidente crise da representatividade política no elevado número de votos nulos e brancos, considerando as duas etapas do pleito. Nunca tantos deixaram de fazer suas escolhas partidárias para expressar o inconformismo com a política tradicional".

Claro que o diagnóstico é preciso, ao contrário da análise de suas causas. Por isso, Aécio segue dando pinta que continuará lutando pra ser candidato à presidência, em 2018, ao contrário de alguns prognósticos que o colocam como a maior vítima da vitória paulista de Alckmin, que mesmo a distância soube usar como ninguém o resultado do golpismo.

De qualquer modo, segue a agenda puritana dos fundamentalistas da Lava Jato, agora com um componente novo: a shakespeariana dúvida a respeito do encerramento dessa malsinada aventura: com ou sem a tentativa de prender Lula, de ter que enfrentar uma lei contra o abuso de poder e jogar por terra todo o prestígio até aqui amealhado por conta de um ato precipitado.

Realmente, talvez nem seja preciso realizar a tal prisão diante da cada vez mais forte possibilidade da unção indireta de um tucano ao comando do país, no ano que vem, sendo este biônico inquilino planaltino o condutor da sucessão para 2018, isto se não houver outro golpe dentro do golpe decorrentes desse que ora nos atormenta. Nessas circunstâncias, persistirá um outro dilema que atormenta a viralatice nativa desde 2005. Esse sangramento será capaz de manter Lula zonzo e inerte no canto do ringue?

 

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