Jorge Paz Amorim

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Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

sábado, 8 de outubro de 2016

Chamem um roteirista decente


Dentre toda a surrealidade moralista vivida pelo Brasil pós golpe, tomemos dois exemplos dos mais bizarros recentemente ocorridos para conjecturar a respeito de isso transformar-se em matéria-prima para um filme.

Na Bahia, a Polícia Federal resolve fazer uma operação pra investigar eventuais más condutas de certa empresa que a opinião pública sabe ser ligada ao DEM, mais especificamente ao prefeito de Salvador, A C M Neto. No entanto, a PF foi fazer sua incursão coercitiva na sede do Partido dos Trabalhadores, contra o qual não há nada que justificasse o procedimento policial.

O segundo exemplo pode ser dividido em dois, já que ambos dizem respeito à perseguição a Lula: no primeiro, Lula é acusado de algo , mas seus advogados são impedidos de ter acesso à denúncia, todavia, a revista global Época recebe informações privilegiadas e confidenciais para fazer jornalixo; no outro, surge um contrato da Odebrecht na África, envolvendo um empresário brasileiro, este logo se transforma em "sobrinho do Lula". Na verdade, trata-se de um filho do irmão de uma ex-esposa do Lula, por sinal já falecida e com quem o ex-presidente não tinha contato há muito tempo.

Se isso fosse levado ao cinema, certamente teríamos um roteiro em Lula, como se fosse o personagem de Humphrey Bogart em 'Casablanca', fugiria do país a fim de reunir forças internacionais capazes de denunciar ao mundo o que ocorre: uma quadrilha de assaltantes que tomou o poder na marra e neste se mantém graças ao encantamento com que envolveu o Poder Judiciário.

Ao contrário do clássico dirigido por Michael Curtiz, claro que a fuga de Lula não encerraria a dita película. Pelo contrário, essa cena é que levaria ao clímax até que se desvendasse o mistério que encerra seu desfecho.

Exílio, fuga, falcatruas, espionagem, tudo isso que fez parte do filme citado faz parte também da conjuntura política tupiniquim. Resta encontrar o roteirista pra que tudo isso seja contado de forma bem mais decente do que fazem as gangues midiáticas que manipulam a informação no país.

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