Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Os apuros de Gilmar e sua trupe


É cristalino que a parte do PMDB que votou pelo fatiamento do julgamento/farsa de Dilma Rousseff, que preservou seus direitos políticos, o fez de olho no caso do deputado Eduardo Cunha. A tendência é construir um rito semelhante na Câmara Federal e o preposto dessa sacanagem, o filho do inelegível 'Menino Maluquinho', é o elemento talhado para a missão.

O que esgarça o entendimento geral é a postura da extrema-direita, formada por PSDB, DEM e PPS, que aparenta não ter qualquer apreço pelo mandato de Cunha, antes, pelo contrário, quer vê-lo distante da função legislativa na medida em que sabe do perigo que representaria sua volta, em razão de sua capacidade de liderar o baixo clero daquela Casa de Leis.

O líder dessa oposição arqui conservadora, o togado Gilmar Mendes, encena radicalizar nesse posicionamento, sem qualquer preocupação com eventuais fissuras na coalizão golpista. Dá pistas de que segue orientação global na perspectiva de aproveitar qualquer oportunidade que leve ao enfraquecimento de Temer, bem como devolva o protagonismo perdido pelo PSDB nessa empreitada golpista.

Cunha tem muitas cartas na manga quando o assunto envolve essas perigosíssimas relações parlamentares que levaram a desfechos surpreendentes determinadas decisões. Seu arquivo de maldades deve, inclusive, ter "documentos" comprometedores de gente que faz parte dessa base que dá de ombros pra missão de salvar sua carreira, ainda que cassem seu atual e já perdido mandato, mas levará a pensar duas vezes na hora de enterrá-lo politicamente.

Em um dos cenários possíveis para o futuro, podemos ter o PMDB como o grande vencedor das eleições municipais nas médias e pequenas cidades, mantendo ou até ampliando sua hegemonia nos chamados rincões atrasados politicamente, ainda bastante dependentes do voto de cabresto.

Por outro lado, as perspectivas são as mais sombrias possíveis para os ambiciosos tucanos nas capitais e cidades com mais de 500 mil habitantes, vide o caso dos três mais populosos municípios do país São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, em que o outrora modernoso tucanato está na dependência do desempenho de figuras populistas como Marcelo Crivella, Celso Russomano ou João Leite, fora o Nordeste e a região sul onde suas chances são remotíssimas.

Ora, a se confirmar esse quadro, que reduz ainda mais o poder de fogo da privataria e tonifica o jeito demodé pemedebista, a consequência é a sigla tucana ficar pequena demais para tantos coronéis. Alckmin é a aposta paulista, Aécio, com o apoio de Tasso Jereissati, é hegemônico na sigla. Consequência: o obcecado Serra terá que procurar abrigo no ninho pemedebista, caso Temer consiga liderar o partido, o que não seria difícil desde que Cunha estivesse em pleno gozo de seus direitos políticos.

De todas essas especulações, as que mais têm condições de virar realidade são as que apontam para as dificuldades futuras do tucanato, talvez, daí a pressa de seu principal quadro, Gilmar Mendes, na tentativa de enfraquecimento do partido do presidente/golpista.

Não sei, não, mas desconfio que só golpe dentro do golpe é capaz de salvar a turma da privataria, já que com o eleitorado parece que romperam definitivamente e não fazem qualquer questão de reconciliação.  

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