Jorge Paz Amorim

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Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

terça-feira, 5 de julho de 2016

As tornozeleiras e os mascarados



Macaco Simão se espanta porque acabou o estoque de tornozeleiras eletrônicas, tamanha é a quantidade de presos de colarinho branco. Muito mais em falta estaria, caso a justiça brasileira não padecesse da seletividade que suas ligações perigosas com a mídia gangsterizada e determinadas castas políticas a levam evitar certas investigações.

Eduardo Cunha ainda é um 'cidadão de bem'; Geddel Vieira Lima, hoje ministro, mas bandido manjado há tempos, idem, sem contar o hoje interino na presidência do país, dado seu esquema de ladroagens no Porto de Santos, são notórios bandidos, todos soltos quando deviam usar tornozeleiras já há algum tempo.

E nem falemos dos tucanos, aqueles que montaram um esquema pra ficar no poder por pelo menos vinte anos, conforme disse certa vez um chefão desse esquema, por sinal, já falecido, ao distribuir dinheiro e patrimônio do povo brasileiro entre vários segmentos do mandonismo nativo a ponto de hoje ainda ter um prestígio dentro do Judiciário, da Polícia Federal, do Ministério Público, entre banqueiros e latifundiários muito maior que seu peso político na conjuntura ora vivida.

Veja-se, por exemplo, o caso do empresário Adir Assad, preso em São Paulo na quinta-feira, seria o operador político do braço paulista da Delta.

Segundo a jornalista Tereza Cruvinel, "Entre o primeiro mandato de Alckmin e o atual, que teve pelo meio o curto governo de José Serra, que renunciou para disputar a Presidência, os contratos com a Delta somaram, em valores corrigidos, nada menos que R$ 943 milhões. A empreiteira de Fernando Cavendish firmou 27 contratos com o governo estadual paulista nesse período, travando relacionamento formal com gigantes estatais como a Desenvolvimento Rodoviário S.A. (DERSA), o Departamento de Estradas de Rodagem (DER), o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP) e aUniversidade Estadual de Campinas (UNICAMP).

Desse total de R$ 943 milhões em contratos, R$ 178,5 milhões foram assinados e faturados entre 2002 e 2006, no primeiro governo de Alckmin, e a partir de janeiro de 2011, quando ele assumiu novo mandato. É, com efeito, um relacionamento menor do que a empreiteira teve com o governo de São Paulo na gestão de José Serra: R$ 764,8 entre janeiro de 2007 e abril de 2010. Cavendish teve como contraparte dos contratos com a Dersa, em certa fase, o conhecido Paulo Vieira de Souza, chamado por seus amigos tucanos de Paulo Preto, que foi intimado a depor na CPI do Cachoeira de 2012. Aquela que não deu em nada.

O maior contrato da Delta com órgãos e empresas do governo do Estado de São Paulo foi com a DERSA para executar a ampliação da marginal do rio Tietê: R$ 415 milhões (valores corrigidos), no governo de Serra.

A conexão entre Cachoeira, Delta e Adir Assad nas obras paulistas, que a CPI ameaçou investigar mas largou de lado, viria numa segunda fase da Operação Saqueador. E isso é que justificaria a prisão de Assad. Através de suas empresas, ele recebeu vultosos depósitos de construtoras que trabalharam em obras do estado, inclusive a Delta. Através de caminhos tortuosos, estes recursos, que seriam propina, teriam irrigado campanha tucanas.


E haja tornozeleiras o que, por sinal nem é o problema principal, e sim a justiça brasileira ter a cara dos malsinados Gilmar e Moro, indivíduos escandalosamente ligados a partidos políticos e regentes de uma orquestra tão suspeita quanto os dois de só tocar melodia de uma nota só, diante do que a justiça vai deixando pelo caminho fatos fundamentais para o desbaratamento de várias quadrilhas, ao mesmo tempo que investe furibunda contra quem muitas vezes nem tem nada que justifique tanta canalhice, como um dos filhos de Lula, incomodado no reduto inviolável de seu domicílio por um bando de colete e hoje praticamente deixado de lado, pois nada havia que justificasse aquela prepotência.

Portanto, o caso talvez nem seja de tornozeleira, mas de um comportamento aviltante por parte daqueles que amesquinharam o papel que lhes foi cobrado, optando por render homenagens aos patrões de antanho deixando escapar oportunidade preciosa de entrarem para a história como seres humanos respeitáveis.

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