Jorge Paz Amorim

Minha foto
Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

segunda-feira, 11 de julho de 2016

A farsa do combate a corrupção


Eis aí a origem do conluio entre mídia e classe política pra criminalizar o PT e abafar os escândalos que deram origem ao chamado Petrolão, tratando-o como se tivesse origem em 2003. Chama a atenção, igualmente, o protagonismo ambíguo da patota que hoje comanda a famigerada operação Lava Jato, nos tempos da privataria tucana, aliada da impunidade. Hoje, uma implacável patrulha de perseguição a petistas. Enfim, tudo em favor da impunidade de membros dessa elite corrupta.

 ENTENDA O ESCÂNDALO DO BANESTADO

O que é: maior caso de evasão de divisas do Brasil.

Quanto: 128 bilhões de dólares. Quase 420 bilhões de reais ao câmbio atual.

Quando: 1996 a 2003.

Onde: epicentro em Foz do Iguaçu (PR), com raio de ação em todo Brasil, Nova Iorque e Bahamas.

Origem do nome: o caso foi descoberto na agência do Banestado, em Foz do Iguaçu.

Investigados: 3 mil pessoas, empreiteiras, mídia, bancos e casas de câmbio.

Condenados: 26 laranjas, nenhum político ou empresário poderoso.

Legado: o modelo de investigação internacional reinventou o papel do Ministério Público Federal, criou as bases da moderna Polícia Federal para investigar crimes financeiros, obrigou o Judiciário a criar varas especializadas como aquela que Sérgio Moro comanda, forçou o Executivo a reequipar a PF e o MPF, e serviu de modelo para a Lava Jato.

Personagens: Procurador do MPF Celso Três e delegado da PF José Castilho Neto.

COMO FOI

Mídia envia dinheiro ao exterior e boicota escândalo

Políticos e empresários usaram doleiros e laranjas para remeter dinheiro para paraísos fiscais entre 1996 e 2003, burlando o sistema legal de remessa pelas contas internacionais conhecidas como CC5 (por isso também conhecido como Escândalo das CC5). O MPF em Foz do Iguaçu descobriu a fraude porque a agência local do Banestado enviou para a agência de Nova York cerca de 30 bilhões de dólares – o total com outros bancos chegou aos 124 bilhões.

A movimentação era demais naquele final dos anos 90 e levou o até então desconhecido procurador Celso Três a começar a investigação. Como o MPF não tinha técnicos e supercomputadores, quem deu início ao rastreamento de contas pela internet foi um motorista do órgão. Apaixonado por computadores, ele usou um PC apreendido de contrabandistas para descobrir a fraude.

O procurador formou dupla com o delegado federal José Castilho Neto para levar a investigação aos Estados Unidos, seguindo a trilha do dinheiro enviado para o exterior. A investigação identificou dezenas de doleiros, entre eles o mesmo Alberto Youssef delator da Operação Lava Jato, e cerca de 3 mil laranjas (pessoas comuns, usadas por políticos e empresários para enviar dinheiro em seus nomes).

Foram flagrados com remessas ilegais os políticos Jorge Bornhausen, José Serra, Sérgio Motta (já falecido), Ricardo Oliveira (operador nas campanhas de FHC e José Serra) e até o jovem Carlos Alberto Richa (Beto Richa), hoje governador do Paraná, que remeteu 1 milhão de dólares. Quase todos eram da cúpula do governo FHC. O doleiro Youssef foi preso e tornou-se delator pela primeira vez. O trabalho do procurador e do delegado deu base para a abertura de uma CPI, em 2003.

A mídia promoveu boicote depois que foram apresentados documentos de remessa ilegal de dinheiro pela Rede Globo, Editora Abril, RBS e Correio Braziliense. No front político, a investigação do Banestado morreu na CPI. No front jurídico, o MPF e a PF foram esvaziados, perdendo poderes. Ainda em 2003, quase no final, um novo juiz assumiu o caso: Sérgio Moro. Mas as investigações não avançaram.

O procurador e o delegado foram afastados. A investigação foi desmembrada, numa decisão que depois se mostrou equivocada ou, quem sabe, muito bem calculada para chegar aonde chegou: a nada. Cada laranja deveria enfrentar processo em seu domicílio fiscal, em dezenas de comarcas pelo Brasil. Houve 91 prisões de ”peixes miúdos”, do quais só 26 foram efetivamente fisgados. Muitas das ações ainda estão dormindo nos tribunais. Parece que a Justiça se desinteressou depois que o Mensalão (2004) pintou na mídia. É um pesadelo logístico saber quantas ações do caso Banestado já caducaram.

SONEGAÇÃO E IMPUNIDADE

Como a blogosfera também revelou com exclusividade, a TV Globo sonegou R$ 183 milhões na compra dos direitos de transmissão da Copa de 2002. Segundo a Receita Federal, o esquema utilizou uma empresa de nome Empire nas ilhas Virgens Britânicas. A emissora simulou investimento externo para a formação da empresa. Em seguida, desfez a Empire e o capital dela foi utilizado para comprar os direitos sem pagar impostos no Brasil. A multa foi de R$ 615 milhões. Segundo revelou o Viomundo, em agosto de 2014 a Globo recolheu mais de R$ 1 bi para saldar a dívida.

As notícias acima reveladas nem sempre são sonegadas pela velha mídia. Podem sair aqui ou ali, de forma parcial, sem o merecido destaque. Quando publicadas assim, em conjunto, deixam claro que os barões da mídia brasileira fazem parte e, portanto, atuam da mesma forma que a elite brasileira: de um lado sonegam ou praticam a chamada “elisão fiscal”, de outro defendem uma reforma tributária na qual sejam beneficiados — enquanto escondem da população em geral o fato de que o sistema tributário brasileiro é extremamente injusto, cobrando relativamente mais dos que têm menos.

O imposto rural praticamente inexiste, a exportação de commodities é livre de ICMs por conta da Lei Kandir, barcos e helicópteros não pagam IPVA e as decisões tomadas pelo governo usurpador de Michel Temer apontam na direção do corte de gastos com Saúde e Educação, o que permitirá manter o status quo calcado na injustiça tributária.

Quando o juiz Sergio Moro levantou o sigilo dos grampos do ex-presidente Lula, aGlobonews atribuiu o furo de reportagem ao repórter Vladimir Netto. Os áudios incluíam um grampo posteriormente considerado ilegal pelo ministro Teori Zavascki, do STF, por tratar-se de conversa da presidente Dilma Rousseff. Vladimir, filho da jornalista Miriam Leitão, da TV Globo, escreveu um livro sobre a Operação Lava Jato. Moro compareceu ao lançamento. Anteriormente, o juiz de Curitiba já tinha recebido o prêmio Faz a Diferença, do jornal O Globo, na presença de João Roberto Marinho.

Com esta relação incestuosa entre o juiz “salvador da Pátria” e os barões da mídia e apaniguados, é de se esperar que estes sejam investigados ou punidos pela Lava Jato no mesmo grau reservado para outros empresários e políticos?
( Com informações do DCM e Viomundo)

Nenhum comentário: