Jorge Paz Amorim

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Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Os facínoras


"A Lava Jato não precisa do prazo de encerramento que lhe cobram, precisa de critérios de justiça e de ética. O seu acúmulo de decisões arbitrárias e prepotentes recebeu nos últimos dias um incremento inovador e mais um repetitivo.
A decisão dos procuradores da Lava Jato de só aceitar a delação de uma das empreiteiras Odebrecht e OAS, levando ao menos os dirigentes da outra a cumprir pena como condenados comuns, invoca um erro para justificar-se. Alega que, associadas em numerosos trabalhos, as duas têm o mesmo teor de informações a delatar. A dedução é falsa. Ambas fizeram negócios individuais, e com associações diferentes, em número muito maior do que suas operações conjuntas.
O efeito pretendido está por trás da alegação.
As duas empreiteiras são as únicas, nas grandes acusações, que ainda não cederam às exigências da Lava Jato. Apesar de seus dirigentes, Marcelo Odebrecht e Leo Pinheiro, serem os empreiteiros mais constrangidos pelos procuradores e pelo juiz Moro. Decidir pela delação de uma só é coerção para que o mais temeroso dos dois dirigentes se prontifique a dizer o que os integrantes da Lava Jato esperam ouvir"...

Bingo! Nesse trecho de seu artigo publicado ontem(23), na FSP, Janio de Freitas resumiu toda a delinquência que move essa trupe de investigadores , na verdade, justiceiros. Poucas horas depois, lá estava aquela camarilha de janízaros da PF novamente exorbitando de suas funções, invadindo a casa de uma senadora da República, sem ordem judicial do STF, prendendo o marido dessa senadora.Tudo baseado em denúncia de um ex-vereador e sem qualquer levantamento a respeito da veracidade do que fora delatado, daí terem sido cometidas outras barbaridades, como roubar o computador, se houve violência houve roubo, não furto, de um filho adolescente da senadora, sem contar a condução coercitiva de um ex-ministro contra o qual só havia a palavra do delator; e a sede do PT, em São Paulo, no mesmo estilo utilizado pela Gestapo, na 2ª Guerra Mundial.

É sabido por todos que não existe coincidências na atividade política. Que a visita do advogado do PCC, hoje ocupando de forma espúria o Ministério da Justiça, ao bandido togado Sérgio Moro está no centro dessa operação de banditismo contra uma senadora, contra um ex-ministro e contra o PT faz parte da necessidade de tirar do foco da opinião pública o rosário de bandidagens golpistas que jorravam das denúncias machadianas.

A violência e a covardia da famigerada ação fazem parte da descarga do ódio em cima de alguém que sempre denunciou a orquestração bandida emanada do Planalto. Além de gratuita, repetitiva, se lembrarmos o que esse mesmo facínora togado fez com a cunhada do ex-tesoureiro petista Cândido Vaccari. Vale dizer, violência, espetáculo e perseguição partidária nessas ações são amostras das finalidades dessa orquestração.

Alguém já falou que o golpe político/jurídico está se tornando mais violento do que o militar. Independente desse comparativo, é óbvia a violência perpetrada contra a sociedade civil, vide o massacre de indígenas e o comportamento facinoroso da PM de São Paulo contra estudantes das escolas públicas daquele estado,sob o comando do hoje inquilino do Ministério da Justiça.

Enfim, os procedimentos oriundos da Lava Jato parecem ter entrado definitivamente no espírito golpista emanado do Planalto, isto é, adotando de forma mais rasteira do que anteriormente a perseguição ao PT.

Lembremos que, mesmo em 1964, quando os tanques estavam nas ruas e a sociedade civil foi desarticulada, ainda assim, houve resistência e a ditadura jamais deixou de ser combatida no terreno que lhe era familiar: o uso subterrâneo da força. Agora, quando enveredamos pelo mesmo terreno pantanoso, é até natural que essa violência receba à altura aquilo que planta. Como nos versos do extraordinário compositor Sérgio Ricardo, "...Tramar, tramou, mas se derrubou, não se brinca com o poder que o poder do povo é bem maior..." Cuidado, foras-da-lei!

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