O presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, anunciou que descumprirá determinação judicial emanada do Supremo Tribunal Federal. Na prática, isto significa que Cunha acha-se acima da lei. Não fosse assim, recorreria ao pleno da Corte Suprema, por tratar-se de decisão monocrática.
Mais grave torna-se, ainda, a decisão de Cunha na medida em que existem pedidos da Procuradoria Geral da República contra Cunha ao STF, em razão do foro privilegiado do deputado. Ora, se medida mais corriqueira ele descumpre, imagina se o seu pedido de afstamento, feito pela PGE, for acatado pelo Supremo.
Uma teoria conspiratória razoavelmente elaborada diria que Cunha é uma espécie de Hitler tropical, que não apenas coloca-se acima da lei, mas, também, como um moderador das instituições do estado, subordinando-as às conveniências de uma trupe que chegou ao comando de um dos poderes da República pelo voto e vê nisso o salvo conduto dessas deliberações abusivas.
Daí que, qualquer medida legal contra ele, ainda dentro dessa teoria conspiratória, levaria Cunha a colocar o exército de Bolsonaro, os fiéis do pentecostalismo fundamentalista e os lacaios do Tea Party dispostos a enfrentar qualquer determinação que contrarie o poderosíssimo Cunha.
Pode ser que não se chegue a tanto e as Forças Armadas, guardiãs da paz interna do país, caso sejam solicitadas pelo Supremo, façam Cunha cumprir aquilo que a Constituição Federal determina. Todavia, tudo aquilo que o presidente da Câmara fez até aqui dá o direito de se supor que ele está disposto a usar todos os meios espúrios pra continuar no poder, só não não indo mais longe porque felizmente Jair Bolsonaro não é tudo isso que a extrema-direita gostaria que fosse. Ainda bem.
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