Jorge Paz Amorim

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Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Os novos atores do golpe devem entrar em cena no II ato(no Senado)


Ganha corpo a tese da convocação de novas eleições. Segundo o site 247, senadores de todos os partidos começam a dar capilaridade ao "Nem Dilma, nem Temer. Novas eleições já!", que até aqui era apenas balbuciado pela vil oportunista Marina Silva; e a direção nacional do Partido dos Trabalhadores poderá reunir-se amanhã a fim de deliberar sobre esse assunto.

Caso a segunda informação se confirme, o PT terá cometido uma das maiores burrices de sua trajetória na medida em que estará legitimando um golpe contra a democracia, golpe esse que a maioria da população repudia, e repudiará muito mais à medida que conquistas sociais forem eliminadas pelo governo fruto da conspirata, bem como mal visto nos quatro cantos do mundo, em razão da boa avaliação que é feita em quase todos os países do planeta, simplesmente porque suas medidas desprezam os parâmetros das gangues midiáticas que monopolizam a informação no Brasil.

Lembremos que Hugo Chavez foi deposto por ação de facínoras da direita venezuelana e voltou nos braços do povo ao comando daquele país, lá ficando até o fim de seus dias. Da mesma forma, o PT não pode simplesmente olhar o poder como um troféu em disputa. Nesse momento, o principal é defender o legado iniciado com Lula, em 2003, e agora sob risco.

O próprio Lula deveria insurgir-se contra essa armadilha pseudo conciliatória, mas, na verdade, um ingrediente obrigatório na receita do golpe. Com efeito, aceitar antecipação das eleições significa mudar as regras do jogo durante seu andamento e inviabilizar a disputa legítima prevista de 2018.

Sob novas regras e com o parlamento fortalecido a partir de uma provável deposição da presidenta legitimamente eleita em 2014, sucumbir a isso seria fatal para a história do Partido dos Trabalhadores, que seria visto como avalista de um arranjo que tiraria poderes de um presidente da República legitimamente eleito, transferindo essas prerrogativas ao Congresso. Orçamento impositivo, emendas dos parlamentares ao orçamento são, entre outras peças legislativas contrabandeadas, alguns dos enfeites que esse retrocesso nos trará quando transformar-se em política do estado.

Resistir ao golpe, que começou a ser consumado ontem, durante aquele espetáculo deplorável comandado por um facínora, é o que resta ao PT, sendo imprescindível que haja mobilização pela esquerda e as entidades da sociedade civil com grande inserção popular a fim de fazer frente ao grande capital e suas entidades tradicionalmente golpistas.

Uma derrota nesse processo tem tudo pra ser revertida, em 2018. Principalmente porque a agenda do golpismo visa atingir mortalmente o cipoal de conquistas sociais auferidas nos últimos treze anos, algo que será sentido quase que instantaneamente entre a maioria da população brasileira, aumentando a capacidade de mobilização social.

Aceitar o arranjo que se anuncia é renunciar à luta e à perspectiva de manter o país sob a disputa da agenda que nos fez respeitados mundialmente. Isto nos faria retroceder uns vinte anos, aos tempos da privataria, resumido na euforia midiática e reverente ao governo genocida da privataria tucana, enquanto a população brasileira dependia da caridade dos donos da riqueza. O PT não pode sucumbir a isso.

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