Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

quinta-feira, 28 de abril de 2016

O golpe e seus brioches



Quando Jango foi deposto em 1964, tudo que seu governo fazia era interpretado pelas pocilgas midiáticas do tipo Globo como um passo a mais no rumo da 'cubanização' do Brasil. Assim, o discurso ideológico acabou se sobrepondo aos demais, tanto que o editorial desse papelucho citado, escrito em primeiro de abril, exaltava o restabelecimento da democracia.

Hoje, o golpe capitaneado pela dupla de assaltantes Cunha/Temer usufruiu da febre moralista que varreu o país, anunciada por essas gangues midiáticas que prepararam o povo pra repudiar o atual governo como se este fosse o pior de todos os tempos e hoje vale-se do absurdo de apresentar-se como os únicos capazes de  conciliar o país, indiferentes à comoção social que se avizinha.

De fato, enquanto tecem a formação do exército golpista mais eficiente na tarefa de tungar direitos sociais, mostram-se alheios aos movimentos de resistência que estão se formando e que tenderão a engrossar sua representatividade à medida que a patranha cunho/temista for ganhando forma. Ainda hoje, várias manifestações foram verificadas em diversos estados, todas anunciando inconformismo com a sordidez ora urdida.

Temer deve imaginar que as Forças Armadas, em uníssono, o protegerá da fúria popular oriunda da resistência ao golpe. Todavia, ao contrário de 1964, o braço armado do estado brasileiro não parece entusiasmado com essa aventura pemedebista e isso pode ser um outro fator de tensão interna, na medida em que a falta de legitimidade dos golpistas junta-se ao tão decantado ardil de driblar a justiça para garantir a impunidade dessa casta aventureira, o que torna incerta a intervenção militar.

Mesmo que a cúpula das FA resolva cumprir seu papel institucional, custa crer que tenha a convicção e o empenho pra defender um governo formado nas sombras da maracutaia. Temer pode até optar pelo uso da força como garantia do seu 'reinado', mas é pouco provável que tenha a força suficiente pra impedir o contragolpe. Então, nos próximos dias teremos o país entrando em perigosa fase de sua história, em que o derramamento de sangue pode ser, infelizmente, a rotina de vida de um povo tido como pacato, ordeiro e bem humorado. Preocupante!

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