O jornal Diário do Pará, de hoje(1), traz anúncio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo(FIESP) incitando a população a protestar contra o deputado Zé Geraldo(PT/PA), por este ser integrante da Comissão que analisa o impeachment da presidenta Dilma, tentando pressionar o deputado a votar favoravelmente ao golpe.
Claro que a pressão da sociedade civil organizada a portadores de mandatos eletivos é legítima, desde que feita com civilidade e dentro dos marcos legais. Afinal, o lado positivo dessa pressão é fazer valer a necessidade dos parlamentares em dar satisfações a quem o colocou lá, o povo.
No entanto, em se tratando de FIESP, há alguns pontos a considerar: a dita Federação apoiou o golpe de 64, inclusive fazendo 'vaquinhas' pra patrocinar a perseguição de dissidentes dos donos do poder impostos à força ao povo brasileiro naquele momento. Dez, entre dez de seus integrantes, moram naquela região paulistana que de tão elitista impediu que uma estação de metrô passasse naquelas imediações, sob alegação de que isto levaria "gente diferenciada", ou seja, pobres, a circular por lá.
Além disso, é sabido que o atual sistema tributário regressivo, que penaliza os assalariados e dispõe de mecanismos para que grandes tubarões do capital soneguem o pagamento impostos, é garantido graças a entidades como a FIESP, que encastela salafrários no Congresso Nacional a peso de muito dinheiro, resultando disso ser o Brasil um país marcado pelas gigantescas desigualdades sociais.
Como os governos petistas transferiram renda e laboram em favor da mudança nesse sistema medieval de cobrança de tributos, vêm os integrantes daquele gueto feudal financiar a conservação dessa estrutura iníqua.
Nesse sentido, seria saudável que o trabalhador brasileiro, o cidadão, a cidadã comum, questionassem, junto com o deputado Zé Geraldo, a FIESP. O por quê de uma entidade empresarial de péssimos serviços prestados ao país publicar anúncio de página inteira em um jornal a milhares de quilômetros de distância de sua jurisdição de atuação. Será que eles seriam capazes de ter um momento de sinceridade?
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