Jorge Paz Amorim

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Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

terça-feira, 1 de março de 2016

O uso do cachimbo deformou a boca global


A Globo nomeou ministros nos governos militares, no governo Sarney, no breve governo Collor e no governo do privata FHC. Claro, todos esses foram sempre agradecidos ao crapuloso Roberto Marinho pela força midiática recebida, certamente decisiva na unção ao poder desses vassalos.

Desde de 2003, no entanto, a Globo perdeu essa prerrogativa porque perdeu as eleições ao apoiar o privata José Serra contra Lula. Perdendo, perdeu a prerrogativa oriunda na relação indecente que sempre manteve com os poderosos de plantão.

Por isso, não passa de vazio bucal por conta da ausência do cachimbo que a entortou ao longo desse mais de meio século de existência. Mesmo assim, soa bastante estranho que uma rede de televisão, uma concessão pública, venha à luz do dia dar recados desaforados ao governo por conta da troca de ministros, por sinal, ato rotineiro da administração pública no Brasil, mostrando sua insatisfação com a troca.

Além de impertinente, porquanto intromissão indevida na administração pública legitimada na vontade soberana do povo brasileiro; trata-se de depreciação explícita de todos aqueles que antecedera Lula e Dilma ao fazer emergir a submissão dos desígnios globais a escolha de ministros de estado, demonstrando o quão deplorável foi sempre a relação mídia/poder.

Ao pregar a insubordinação em um departamento governamental, pior, em uma repartição formada por servidores públicos portadores de armas de fogo, a Globo deveria sofrer as consequências legais desse ato irresponsável. Useira e vezeira no golpismo, sempre agindo à sorrelfa, como quando contribuiu com a maquinação que tentou furtar de Leonel Brizola a vitória para o governo do Rio de Janeiro, em 1982; ou, explicitamente, quando esteve à frente de sórdida trama para favorecer o candidato Fernando Collor contra Lula, a emissora dos Marinho sempre contou com a covardia dos governantes na hora de tomar medidas que pusessem um freio nessa intromissão indevida.

Mais uma vez, é legítimo esperar que daqui pra frente dessa vez tudo seja diferente. Afinal, como disse Lula na festa de aniversário do PT, a Globo é hoje o mais forte partido de oposição ao governo federal, logo, como tal deve ser tratada na medida em que desvirtua seu papel legal, isto é, está funcionando à margem da lei que disciplina suas atividades empresariais e como tal deve ser tratada.

O ex-ministro da justiça falava tanto em republicanismo, talvez, tentando defender seu desempenho omisso e acovardado como se fosse a não interferência em assuntos afeitos a outro poder. Mas jamais tratou do assunto intromissão indevida da mídia nas atividades políticas no país. Que tal fazer a Globo aprender a fazer jornalismo?

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