Jorge Paz Amorim

Minha foto
Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

sexta-feira, 25 de março de 2016

O APELO HOMOSSEXUAL DO FASCISMO DE BOLSONARO

Bolsomito no meio de seus seguidores: só meninos

Algumas coisas chamam a atenção na legião de seguidores de Jair Bolsonaro, o deputado que emergiu com mais força depois do último protesto antigoverno.

A primeira, óbvia, é o fanatismo. Bolsomito, como eles chamam, é incorruptível, infalível, inteligente, a encarnação do profeta.

A segunda é a truculência. Eles gostam de porrada, eles rejeitam qualquer crítica, eles xingam o que vêem pela frente, especialmente se as vítimas forem mais fracas.

A terceira, e esta é a mais interessante, é que são todos homens. Não propriamente homens — meninos. Há raríssimas fãs do sexo feminino.

Os rapazes idolatram o jeito de ele falar, a boca torta num esgar que fica mais estranho quando ele está nervoso, o jeito de ele andar, o jeito dele ser. Bolsonaro gosta de ficar entre esses machos e os machos gostam de estar com Bolsonaro.

A cada artigo sobre ele no DCM, essa meninada aparece aos magotes, revoltadíssima com qualquer coisa que conspurque a imagem de seu ídolo, e descrevendo um sujeito imaculado de alma e corpo.

Ele é um pop star do extremismo político, o homem dos sonhos para garotos plenos de testosterona. “Eu amo ele, sim!”, escreveu um bolsonarista em resposta a um artigo, no meio de ofensas pesadas.

Bolsonaro exerce um intenso apelo homoerótico sobre seu eleitorado. É o fascínio homossexual do fascismo, disfarçado sob a homofobia.

Os jihadistas de JB gostam de ficar entre si, de se amassar nos eventos do mito. Eles suam e se roçam e gritam em louvor ao chefe. Dispensam namoradas e esposas. Parte é misoginia, mas outra parte enorme é vontade mesmo de estar apenas entre homens exaltados.

Após a guerra, a parafernália nazifascista foi adotada por praticantes do sado masoquismo. Artistas embarcaram nisso. David Bowie, em sua fase gay no início dos anos 70, chegou a colecionar uniformes de oficiais da SS e foi preso na Polônia com eles.

Os membros da Escola de Frankfurt descreveram um “tipo de personalidade homossexual” entre os nazifascistas. As tendências de submissão masoquistas desse tipo o tornaram vulnerável ao apelo sedutor da causa.

Na Alemanha de Hitler, uma elite de homens firmemente unidos entre si e aduladores de um deus de bigode esquisito era a condição necessária para uma nação forte, pura, honesta e viril.

Segundo a professora Elizabeth D. Heineman, era o “Mannerbund” — que pode ser traduzido como “coletivo do sexo masculino” —, a união homens disciplinados física e mentalmente, sem distrações femininas, transformando seus laços profundos uns com os outros e com seu líder em potência. O eventual sexo entre eles era considerado um vínculo a mais.

É evidente que não há problema algum no hemoerotismo dos bolsonaristas. Ninguém tem nada a ver com isso. A questão é a histeria homofóbica deles e como esse caldo é transformado em virulência, intolerância e ditadura.

Bolsonaro, seus mancebos e o país que querem salvar só têm a ganhar quando se aceitarem como são.
(Kiko Nogueira/DCM)

Um comentário:

Henrique R disse...

Por que ele não sai logo do armário!?