Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

quarta-feira, 30 de março de 2016

BRICS Sob Ataque: O Império Contra Ataca No Brasil


Na ultima década observou-se uma notável coalizão de nações emergentes em parcerias econômicas e políticas. Essas instituições multilaterais são defendidas como alternativas aos órgãos ocidentais de poder politico econômico tais como OTAN, o FMI e o Banco Mundial.

Desde o crescimento da Organização Cooperativa de Shangai ao estabelecimento da da estratégia chinesa do Um Cinturão, Uma Estrada, que visa conectar a maior parte do território Eurasiano numa União Econômica Eurasiana através de comercio e investimento, e mais recentemente a fundação do Banco de Investimento e Infraestrutura Asiático, muitos tem encarado esse progresso como essencial para a descentralização de poder global, distanciando-se dos centros imperiais de Washington,Wall Street, Londres e Bruxelas.

Mas talvez nenhum dos agrupamentos internacionais dos Emergentes Globais do Hemisfério Sul é mais promissor em termos de relações publicas e verdadeira parceria econômica que a dos países do BRICS (Brasil, Russia, China, Índia e Africa do Sul).

Os países do BRICS somam 46% da população mundial_ mais de 3 bilhões de pessoas, dados de 2015_ tornando-o o maior bloco em termos de capacidade humana dentre as alianças globais. O alcance do BRICS combinado com uma assertividade crescente como poder econômico por si só, tem indubitavelmente causado desconforto em Washington e outras paragens ocidentais.

Não deveriam surpreender ninguém os objetivos das maiores jogadas dos últimos 12 a 24 meses para minar cada nação do BRICS e desestabilizá-las através da estratagemas econômicos e políticos. E não é coincidência que os lideres fotografados sorrindo e apertando mãos em recentes encontros de cúpula dos BRICS são agora, alvos de ações de desestabilização e subverção_como nos casos de Brasil, Russia, China e Africa do SUl_ ou alvos de ofensivas militares e políticas, como no caso da Índia. Em cada caso os EUA e seus aliados lucram significantemente com os últimos acontecimentos.

Brasil na Mira

Um dos mais testados e eficazes métodos de desestabilizar um país alvo é através da manufatura e promoção de escândalos políticos, e/ou apoio a movimentos políticos cujos interesses, conscientemente ou não, estão alinhados ao establishment Ocidental. Ambas estratégias estão em ação no Brasil, que vinha alcançando independência política e econômica em anos recentes.

O Governo de Dilma Roussef está encarando uma campanha de desestabilização orquestrada por poderosos membros de grupos de ultra direita, bancados por EUA e aliados. Sob a sempre conveniente bandeira de combate à corrupção, milhões tem ido às ruas exigindo a deposição do reeleito governo Dilma no rastro de uma série de revelações de suposta corrupção na semi estatal/semi privada Petrobrás.

De acordo com alegações, vários lideres políticos, alguns dos quais ligados a Dilma e ao PT, teriam subtraído 3% dos bilhões em divisas advindas da exploração de petróleo da Petrobrás, ilustrando a ainda ativa cultura de corrupção no Brasil.

O ultimo alvo foi o Ex Presidente Lula, arrancado de sua casa num show de ostentação de poder policial por membros do MP interessados em humilhar o septuagenário fundador do PT. Por conta de sua origem humilde na classe trabalhadora, o Ex Presidente era visto com orgulho e esperança da esquerda no Brasil, e sua remoção forçada no inicio deste mês fez eclodir a ultima rodada de protestos.

Mas o que_ou quem_ está realmente por trás do Dissimulado GOLPE no Brasil?

A direita é a maior personagem nos protestos, apesar de eventuais sentimentos progressistas e anti-corrupção expressados por vários segmentos nos movimentos de protesto. Dois dos principais grupos responsáveis por organizar e mobilizar as manifestações são o Movimento Brasil Livre (MBL) e Estudantes Pela Liberdade (EPL), ambos comlaços estreitos com Chalrles e David Koch, os direitistas, NeoCon, e bilionários estadunidenses, como com outras proeminentes figuras da extrema direita, pró negócios, neoliberais e pró establishment.

Fabio Osterman 30, cientista politico. Estudou direito e tem mestrado em ciência politica, considera-se um libertário (ultra Neo Liberal) Membro da diretoria do MBL

Juliano Torres, diretor executivo do EPL, Estudou propaganda e tem experiencia no setor privado, fundou o EPL em 2002.

MBL tem a sua frente Fabio Ostermann e Juliano Torres, ambos estudaram na Academia Atlas de Liderança, um satélite da Fundação de Pesquisa Econômica Atlas, que édiretamente financiada pelos irmãos Koch. EPL é uma afiliada direta da Students For Liberty sediada nos EUA, uma fachada para os irmãos Koch com laços profundos com o establishment politico de direita nos EUA

Uma das faces do movimento é Kim Kataguiri, "ativista" de 20 anos, que é ao mesmo tempo fundador do MBL e um lider do EPL. Desavergonhadamente pró negócios, ele é adepto da assim chamada Escola Austríaca de Economia, ideologia econômica que defende total desregulamentação da economia em benefício dos negócios privados, e um admirador de Milton Friedman, o líder do que é conhecido hoje como capitalismo neoliberal.

Kataguiri explicou ao The Guardian em 2015

Nós defendemos o mercado livre, menos impostos e a privatisação de empresas estatais…No Brasil, a esquerda ainda é vista como "legal" por jovens.…Nós queremos destruir essa idéia de que se você defende o mercado livre então você é velho que qeur ditadura.…Infelizmente nós não temos grandes patrocinadores. O governo e alguns setores da imprensa dizem que somos financiados por gente rica. Nós não veríamos problema em sermos financiados por ricos.Desafortunadamente para Kataguirir, Ostermann, Torres e seus colegas, a verdade sobre suas conexões com o capital financeiro, e os negócios nos EUA e pela America Latina, é bem conhecido. Ainda assim a mídia corporativa esconde e minimiza essas conexões, mostrando os protestos como um tipo puro e legítimo de expressão do descontentamento do povo, mais que uma forma de manipulação e desestabilização politica fabricada, que se aproveitou de tempos difíceis na economia para cinicamente explorar a opinião pública. As dificuldades econômicas do Brasil nos últimos 2 anos tornou isso ainda mais fácil.

Outros grupos influentes como Vem Pra Rua são diretamente financiados por poderosos empresários de direita com interesses no Brasil, incluindo o homem mais rico do Brasil Jorge Paulo Lemann. Como noticiou Bloomberg em um perfil de 2013 de Lemann.

Nos EUA, Lemann é quase totalmente desconhecido, apesar de ele e seus socios de longa data, Marcel Herrmann Teles e Carlos Alberto Sicupira, controlarem agora 3 ícones da cultura de consumo estadunidense: ketchup Heinz, Burger King e após um ataque especulativo de U$ 52 bilhoes, Anheuser-Busch em 2008, a cervejaria da Budweiser. O valor de mercado combinado dessas companhias está na casa dos U$187 bilhões_ maior que o do Citygroup.
No Brasil Lemann é herói da classe empresarial.… Com um valor de U$ 20 bilhões, Lemann é o numero 32 no Índice Bloomberg de Bilionários, sete posições atrás de George Soros e três a frente de Carl Icahn.


Entrementes, os elementos reacionários dentro (e fora) do Brasil estão especialmente enfurecidos contra o PT e, mais amplamente, a esquerda. E não é por causa de corrupção_apesar de corrupção continuar sendo um problema_ mas sim pela ascensão ao poder político de forças representativas da classe trabalhadora e dos brasileiros pobres.

O Congresso Estadunidense Para a America Latina corretamente afirmou em Abril de 2015: "Não acredite na enfase da mídia direitista contra a corrupção_as recentes manifestações são motivadas pelas elites descontentes entrincheiradas contra a expansão econômica e inclusão política das massas da nação".

Botando os BRICS sob o tacão

Resumindo, apesar de toda a fantasiosa retórica anti corrupção, o assalto ao governo esquerdista de Roussef é resultado de uma campanha coordenada por interesses empresariais amarrados a Washington e Wall Street, que vê no Brasil um precedente perigoso no qual um governo de esquerda simpatizante e aliado dos movimentos Bolivarianos na Venezuela, Bolívia, Equador e até recentemente Argentina, foi capaz de alçar-se ao poder e propiciar um bum econômico.

Em verdade esse ponto não pode ser relativizado_ a queda das commodities como óleo fez o Brasil pisar no freio do rápido progresso econômico.

De fato, dados recentes mostram que a expansão de sentimento anti-governista é diretamente relacionado à estagnação do crescimento do PIB, que se relaciona diretamente com a queda no preço das commodities. Como foi convincentemente demostrado, o colapso do petróleo foi sem duvida fomentado e encorajado, se não diretamente orquestrado pelos EUA e seus aliados no Golfo, para atingir economias emergentes dependentes de oleo e gás como fonte de recursos_ Venezuela, Bolivia, Brasil e especialmente Russia.

Essencialmente,oque se desdobra no Brasil é um esforço de muitas frentes para desestabilizar o país através de uma variedade de armas politico/econômicas, com o objetivo final colocar sob o tacão um membro chave do BRICS.
(By Eric Draitser/ Global Research, March 26, 2016/ Mint Press News 22 March 2016/ radução René Amaral)

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