Atitudes reacionárias só podem ser justificadas por retórica reacionária. A polícia do privata Geraldo Alckmin afrontou ontem, no Itaquerão, durante o jogo CorinthiansxCapivariano o estado democrático de direito ao arrancar faixas da 'Gaviões da Fiel' com dizeres como "Rede Globo o Corinthians não é seu quintal", "jogo às 22h também merece punição" e "cadê as contas", em relação à Arena.
Pois bem, os subservientes serviçais do canal fechado global SPORTV concentraram seus comentários na última frase, usando a linha o que o torcedor tem a ver com as contas do clube? Insinuando que se tratava de mensagem imposta por alguém com interesses escusos na política interna do clube.
Tal e qual faziam os milicos e seus asseclas quando queriam reprimir a oposição ao regime de força que implantaram. Recorriam ao surrado bordão de que tudo não passava de ação de inocentes úteis a serviço de ideologias alienígenas. Era mais fácil. Evitava buscar argumentos para contestar as denúncias oposicionistas, mesmo porque contra os fatos criticados aquele governo não tinha argumentos.
Assim como a repressão aos estudantes que protestaram contra o fechamento de escolas públicas, a ação boçal da paulista do truculento Alckmin arrancando as faixas de protesto deu-se ao arrepio da legislação, bem como atentando contra o estado democrático vigente no país que garante a livre manifestação.
Tivéssemos um ministro da justiça que valesse algum centavo e certamente teríamos o governo privata de São Paulo sendo acionado nos tribunais a fim de explicar sua ojeriza recorrente à truculência contra manifestações coletivas legítimas. Recorrente e seletiva, na medida em que tolera manifestações bem mais desalinhadas à lei, por parte de setores da viralatice direitista que lhe é simpática. Aí, sim. Pode agredir, ofender, desrespeitar que os janízaros tucanos garantem a impunidade.
Da mesma forma, a abominável Rede Globo não pode achar-se acima da democracia vigente e tentar calar protestos contra suas falcatruas à força ou à base de mentiras, como em Salvador, quando ambulantes protestaram contra a atitude do malsinado prefeito da capital baiana obrigando a só vender uma marca de cerveja. No entanto, no mentiroso noticiário global, tratava-se de um protesto contra a PM do estado.
Frequentemente, a população tem feito a sua parte demonstrando toda a antipatia nutrida contra a porta-voz da ditadura usando suas câmeras e microfones. Agora, precisa que as autoridades constituídas coloquem um freio nesse comportamento fora da lei da emissora global a fim de enquadrá-la aos princípios democráticos que ora vivemos.
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