Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

O símile do padre Amaro

Está o maior auê, um grande zunzunzum. Caiu nas bocas de matildes e de policarpos, como dizem os mais antigos.

E o alarido já extrapolou os quadrantes da Basílica de Nazaré, da Cúria Metropolitana e dos bastidores insondáveis da Igreja Católica em Belém.

Nas redes sociais - e em outras redes mais amenas e soltas - não se fala em outra coisa.

O padre Geffison Silva, um jovem de 32 anos, foi defenestrado da Adoração Eucarística, celebração muito frequentada que ele comandava todas as quartas-feiras na Basílica Santuário de Nazaré.

A pregação atraia centenas de fiéis, a maioria jovens. Muita gente que havia se afastado da igreja retornou para ouvir a pregação do padre Geffison, superlotando o templo.

Ora, mas se ele caiu assim, sem mais nem menos - pensam os mais desinformados - é porque deve ter feito coisa grave. Grave não, gravíssima, para desagradar a cúpula católica. Os mais conservadores caíram de pau, pedindo a cabeça do padre.

Bom, para encurtar conversa. O padre foi afastado porque tem um filho de 9 anos e, agora, descobriu-se também que ele será pai de outra criança, nos próximos meses. Uma jovem, que seria fotógrafa, está grávida do padre.

Que pecado terrível, não é mesmo? O padre vai arder no mármore do inferno. Violou o celibato. Se é padre, não pode ter filhos. E se quer ter filhos, não pode continuar sendo padre. Geffison está, literalmente, entre a cruz e a caldeirinha.

Assim pensam os que afastaram o padre da Basílica de Nazaré. Mas o verdadeiro motivo - até o jornal "O Liberal", muito católico, na coluna Repórter 70 já publicou que o padre tem dois filhos -, a Igreja Católica não revela, embora, a essa altura do campeonato, até o mosquito da dengue já saiba

Em nota no Facebook, a página da Basílica do Santuário de Nazaré, respondendo a inúmeras perguntas dos fiéis, que cobram o retorno do padre à pregação das quartas-feiras, foi quase lacônica:

"Padre Geffison Silva, sacerdote Barnabita, precisou se afastar de suas atividades para descanso e renovação espiritual".

Entenderam? O padre está cansado, apesar dos seus 32 anos, e precisa renovar suas baterias espirituais.

Sobre a boataria de que já teria sido transferido para bem longe da Basílica, a nota diz: "são posições que não dependem da vontade pessoal do padre, enquanto integrante de uma Ordem Religiosa".

E encerra a nota, afirmando que o padre Geffison deve "prestar obediência aos preceitos que regem sua congregação e seus superiores, cabendo a estes as decisões concernentes ao destino de cada sacerdote, de acordo com as necessidades missionárias e de evangelização".

Pronto, está explicado. Sobre os filhos do padre, nenhuma linha. O blog não entra nessa seara católica. Como não entra em seara evangélica, espírita, umbandista, budista, muçulmana, batista ou em qualquer seita ou credo religioso. Cada um no seu quadrado, que se respeite e respeite os outros.

Mas, para não parecer hipócrita, o blog propõe a seguinte reflexão: se até o papa Francisco, todo santo dia, pede perdão pelos pecados dele e pelos pecados cometidos por todos os cristãos, por que a cúpula da Igreja Católica de Belém não faz o mesmo com o padre Geffison?

Ou será que ele será apedrejado por quem nunca pecou?
(Ver-O-Fato)

Um comentário:

Samuel Neves disse...

Espero q Geffison encontre consolo e misericórdia com pessoas do bem, afinal, ele é só um ser humano, que ama e precisa ser amado.
São Paulo na primeira carta aos Coríntios, 7, exorta-nos ao celibato, se possível for. Caso contrário que haja a união conjugal, pois casar é melhor do que viver quiemando de paixão. O resto, é imposição religiosa, com regras criadas por homens para controlar e subjugar homens, ou seja, tudo que toda religião faz e sempre fez, criar prisões.

Desejo todo o amor e bençãos ao jovem evangelista.

Deus nos abençoe.