A Folha publicou, no dia 8 de novembro, alguns dos belos tipos faceiros que foram ilustres passageiros dos vôos dos aviões do governo mineiro nos dois governos de Aécio Neves, com a qual o genial Aroeira fez a charge que tomei a liberdade de revisitar.
Porque, revela hoje o Kiko Nogueira, no Diário do Centro do Mundo, da lista da Folha estavam ausentes vários VIPs e um informação relevante: o número de voos de e para o Aeroporto de Cláudio, pista privê da fazenda que o senador chama de seu “Palácio de Versalhes”:
O uso que Aécio fez dos dois jatos, um Citation e um Learjet, um helicóptero Dauphin e um turboélice King Air pertencentes ao estado é um caso de estudo em matéria de patrimonialismo.
Foram 1430 viagens ao todo, 110 com pouso ou decolagem do famoso aeroporto de Cláudio, construído nas terras do tio Múcio Toletino, que ficou com a chave por um bom tempo.
Pelo menos 198 vezes ele não estava a bordo. Um decreto de 2005 estabelece que esse equipamento destina-se “ao transporte do governador, vice-governador, secretários de Estado, ao presidente da Assembleia Legislativa e outras autoridades públicas” e serve “para desempenho de atividades próprias dos serviços públicos”. A linha entre o interesse público e o privado é tênue.
Parte desses empréstimos de aeronave foi objeto de matéria da Folha do início de novembro. Parte.
A lista completa, no entanto, traz muitas outras surpresas.
Fernando Henrique Cardoso usou os aviões e o helicóptero em pelo menos dez ocasiões, sem a presença do governador. A maioria em 2006 (três, uma delas com uma “comitiva”) e 2008. Em quatro viagens o pacote foi completo: de Belo Horizonte direto para São Paulo.
Roberto Irineu Marinho, um dos donos da Globo, foi de BH a Brasília em 11 de setembro de 2007. No dia seguinte, da capital mineira a Diamantina. Esteve acompanhado do então senador Sérgio Guerra, do PSDB.
Leia o restante da reportagem no DCM.
Aqui eu fico só na pergunta sobre com quem é mesmo que a Folha tem o rabo preso. Porque, segundo sua reportagem, a fonte das informações foi a mesma de Kiko Nogueira.
Ou será que FHC e Roberto Irineu Marinho não vêm ao caso do avião?
(Fernando Brito/ Tijolaço)
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