Indecência midiática

Definitivamente, memória não é o forte do metido a biógrafo Rui Castro. Convenientemente esquecido de certos fatos, adotou definitivamente o mantra, 'bata no governo petista e faça seu patrão feliz'. E haja sandices contra os fatos e a decência, dever de quem se propõe ao ofício de dirigir-se ao público.

Hoje, o resignado Castro agride os fatos criticando Dilma por passar sete dias pra visitar os estragos causados pelo rompimento da barragem da mineradora Samarco, no município de Mariana, causando o maior desastre ambiental da história do país. Para o escrevinhador, deve ser barbada mudar uma agenda presidencial, inclusive driblar compromissos internacionais como a reunião do G-20, realizada na Turquia e onde Dilma passou boa parte desses sete dias debatendo meio ambiente, protecionismo das grandes potências a seus produtores agrícolas, além do terrorismo, ponto colocado na pauta de última hora, entre tantos temas fundamentais.

De qualquer modo, com um pouco mais de dignidade profissional o escrevinhador veria que Dilma, nesses sete dias, tomou providências pertinentes que mostraram à sociedade que o governo, talvez de forma inédita, não passou a mão na cabeça dos causadores da dita tragédia. De cara uma multa de R$250 milhões e a determinação para que os responsáveis arquem com os custos das áreas afetadas. Tanto que a Samarco, vendo-se desamparada pelo poder público, apressou-se em anunciar que desembolsaria R$1 Bilhão pra custear os prejuízos causados, manobra velhaca pra tentar enganar governo e população na medida em que os prejuízos devem ficar em um custo muito acima disso.

Enquanto isso, o ex-governador, atual senador pelo estado de Minas Gerais, Aécio Neves, limitou-se a declarar que não era hora de procurar culpados, colocando-se vergonhosamente ao lado dos que praticaram o citado crime ambiental. Além disso, na raiz desse mar de lama, conforme observa o site Carta Maior,  está o licenciamento ambiental do estado, concedido por 12 anos, exatamente por quem não quer responsabilizar ninguém. Mas isso, para o venal Rui Castro, não vem ao caso. Lamentável!