Jorge Paz Amorim

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Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

O terrorismo da CIA


A União de Liberdades Civis Americana (ACLU, na sigla em inglês) deu início, nesta terça-feira (13/10), a um processo contra os psicólogos James Mitchell e Bruce Jessen, responsáveis por desenvolver o programa de torturas da CIA.

O processo foi aberto em nome de dois sobreviventes do programa: Suleiman Abdullah Salim, da Tânzania, que ficou sob custódia norte-americana durante cinco anos, e o líbio Ahmed Ben Soud, preso durante dois anos. Eles pedem uma compensação de pelo menos US$ 75.000 (aproximadamente R$ 285.000).

O processo acusa Mitchell e Jessen de violar os direitos humanos dos detentos por tortura e crimes de guerra. O programa desenvolvido pela dupla autorizava abusos físicos como afogamentos, privação de sono e alimentação, entre outros métodos, que eram aplicados nas prisões não documentadas da CIA, como em Guantánamo (Cuba), na Base Aérea de Bagram (Afeganistão), e em Abu Ghraib (Iraque).

Em depoimento ao The Guardian, Salim, um dos sobreviventes, revelou a forma de tortura à qual foi submetido durante os cinco anos em que esteve preso. Segundo ele, seus braços e pernas eram acorrentados a um arco de metal, de forma que ele estivesse sempre agachado, impedindo-no de dormir. Como outros detentos, Salim também era mergulhado em água gelada e depois embalado num saco plástico congelado durante horas.

“Esse caso trata de assegurar que as pessoas por trás do programa sejam responsabilizadas para que a história não se repita. A impunidade para a tortura manda a perigosa mensagem para oficiais dentro dos EUA e fora de que não haverá consequências para abusos futuros”, explica Steven Watt, um dos advogados da ACLU.

O advogado acredita que existem boas chances de se vencer o processo, visto que existem provas do que aconteceu. Em 2014, o governo norte-americano publicou um relatório bastante detalhado sobre o programa de tortura da CIA, que também divulga a identidade e a maneira como os presos eram torturados.
(Opera Mundi/ Carta Maior)

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