Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

É preciso combater a larapiocracia golpista


Em 1º de abril de 1964, o celerado da hora, Auro de Moura Andrade, declarou vago o cargo de presidente da república com João Goulart estando em território nacional. E de nada adiantou Tancredo Neves chamá-lo de canalha, pois o vira lata fez ouvido de mercador abrindo espaço para a consolidação do golpe contra a democracia.

Hoje, não falta quem classifique Aécio Neves, ironicamente neto daquele que chamou o autor do pontapé inicial da ditadura de 64 pelo mesmo adjetivo, do mesmo termo usado outrora por seu avô. Como o golpista dantanho, o senador tucano também faz ouvidos de mercador e só pensa naquilo, daí ter sido oportunamente chamado pelo jornalista Jânio de Freitas de "taradinho do impeachment".

Conclui-se, então, que golpe é golpe, portanto, não basta a presidenta Dilma ter a seu lado os pareceres dos mais íntegros e renomados juristas brasileiros se não tiver junto uma tropa política disposta a enfrentar o bombardeio midiático que se fará contra ela e contra quem quer que queira defender a ordem institucional e democrática.

Em 1964, vivíamos um clima bem mais adverso porque as engrenagens do estado intervencionista do Tio Sam estavam por trás das Forças Armadas tupiniquins que estavam à frente do golpe. Hoje, diante de uma mídia delinquente, desacreditada e cúmplice de uma camarilha de ladrões ávidos por poder político, a resistência torna-se bem mais viável além de necessária a fim de evitar mais uma ruptura, justamente porque os golpistas não contam com o apoio militar local e a extrema direita estadunidense, sua aliada, tem menos poder do que tinha à época.

Nesse sentido, Dilma e seus ministros deveriam fazer como fez Brizola à época enfrentando na arena política o golpismo. No parlamento, na justiça, nas ruas e na própria mídia. Não é possível assistir pseudos noticiários transformados em panfletos do banditismo usurpador e tratar essa delinquência como 'liberdade de expressão'.

Noto que alguns parlamentares situacionistas sobem o tom de suas réplicas, como fez semana última o deputado petista Zé Geraldo, mandando a bandidagem acusadora lavar a boca com soda cáustica quando quiser falar de trajetória limpa na política, seguindo os passos do sempre combativo deputado pernambucano Silvio Costa.

Porém, são iniciativas ainda muito pontuais e genéricas que acabam sendo levadas pelo vento. É preciso que haja bem mais palpabilidade,  mostrar fatos que a mídia bandida esconde na conduta desses meliantes, que alguém jogue na cara do ladravaz tucano baiano Antônio Imbassahy que ele não passa de um assaltante de metrô; que o pilantra Carlos Sampaio é um malfeitor mascarado que guarda sua verdadeira cara em uma mala junto com R$40 mil; que Agripino Maia devia, em verdade, chamar-se Apropino, enfim é preciso atirar na cara desses sicofantas os fatos e os delitos penais que carregam nas costas a fim de que militância e população em geral tenham a exata noção de quem são esses pregadores da moralidade de lupanar.

Com efeito, o Brasil passa por uma transformação política significativa e precisa que as lideranças que proporcionaram ao país viver um período econômico de prosperidade tenham a capacidade de defender as conquistas sociais contextualizando-as politicamente. E isto terá de ser feito disputando a opinião pública com a mídia cúmplice da bandidagem, responsável pelo contra discurso reacionário. Sem travar essa disputa, sucumbiremos todos. Governo e sociedade proporcionando, então, a volta do poder político comandado pela direita.

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