Jorge Paz Amorim

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Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

sábado, 31 de outubro de 2015

Direita, volver!

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(foto 247)


O PMDB produziu um documento político aparentemente pra ser referendado na convenção nacional do partido e credenciar-se a orientar o partido na sua trajetória até 2018. No entanto, ávida pra dar um golpe em Dilma, a direita midiática já trata o texto como a saída milagrosa para a crise, conforme editoriais publicados hoje na Folha e no Globo.

E vão mais além. Ao ressaltar que o passado condena o partido do vice presidente,  já sugerem o que os pemedebistas deverão fazer, caso queiram novamente ser abraçados como os queridinhos da indústria do entretenimento vira lata. Tarefa na qual os tucanos fracassaram nesses doze anos. Então, o alicerce de referências corretas para balizar um grande e necessário acordo entre partidos e a sociedade pode até ser de autoria da trupe de Temer, mas o condottiere terá que alguém saído da cabeça e do coração dos chefões da direita. Ele mesmo. José Serra, preferência de dez entre dez escrevinhadores ou palradores midiáticos que vivem a ditar regras ao povo brasileiro.

Não vejo muitas dificuldades pra firmarem esse pacto. O PMDB aceitou tranquilamente a solução Sarney, após a morte de Tancredo, quando legalmente quem deveria assumir era o presidiente da Câmara Federal, Ulisses Guimarães, já que Tancredo foi eleito mas  não havia tomado posse. Mas Ulisses era considerado esquerdista demais pelos ainda donos do poder em 1985, surgindo daí a solução Sarney.

O governo Sarney consolidou o PMDB com o perfil igual ao do velho PSD pré 1964,tornando a legenda de Ulisses Guimarães o maior herdeiro de tudo aquilo que a ditadura militar impôs à democracia naquela travessia, tanto que até hoje é ao mesmo tempo o maior beneficiário e principal defensor de que tudo continue como está politicamente.

Serra é claramente o Sarney do Temer. As ressalvas, “Cronicamente identificado como uma federação de interesses fisiológicos, o partido traz à luz um documento no geral sensato e positivo no que diz respeito à política econômica. Hesita-se, portanto, entre recebê-lo com algum ânimo ou com o mais puro ceticismo. Com esse conjunto de propostas, o PMDB se habilita a apresentar-se, em algum momento, como alternativa viável de poder. Afasta-se do papel subalterno que vinha exercendo no esquema petista”, feitas pelo editorial da Folha, omitindo convenientemente que o partido desempenhou o mesmo papel quando vivíamos sob o império da privataria tucana a fim de que a "sugestão" não seja vista como a imposição que realmente é, mas apenas uma transição pacífica.

Humhum, pois sim.Em qualquer cenário que venha depor a presidenta eleita legitimamente pela maioria do povo brasileiro, estaremos pisando no terreno próprio do golpismo levando o país a um quadro de confronto de proporções inimagináveis.

Colocar o Serra no PMDB pra disputar o cargo com Lula, Marina, um tucano e um ou dois da extrema direita é legítimo e faz parte dos novos delírios do conservadorismo: um quadro sucessório sem a presença de um petista na disputa. O que se espera é que isso ocorra dentro dos marcos legais e sob um ambiente em que predomine a civilidade. Apenas isso.


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