Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

sábado, 5 de setembro de 2015

O ocaso de FHC


FHC está com 83 anos, no rumo dos 84. Terá 86, em 2018. Caso veja um candidato petista vencer, pela quinta vez consecutiva, as eleições presidenciais provavelmente morrerá na oposição e vendo desmentidas todas as teses que formulou para pensar o país, principalmente a respeito da ausência de uma classe trabalhadora organizada, daí a necessidade de se fazer uma aliança subalterna com países de economia mais desenvolvida.

Isto, talvez, explique suas reações e pressa pra apear o PT do poder, o que significaria redimir-se do fracasso de um governante e a satisfação pessoal de quem nutriu as melhores expectativas na população, frustrando todas elas causando a maior decepção da história republicana, daí ser considerado o pior de todos os tempos.

Pior: poderá ver aquele que elegeu para ser seu maior desafeto estar governando o país e com a possibilidade de imprimir administração tão exitosa quanto as duas anteriores. Afinal, as condições de logística apontam nessa direção, devendo estar concluídas a transposição do rio São Francisco, que anulará definitivamente o efeito da seca no sertão nordestino; a ferrovia Transnordestina, que interligará todos os estados da região e ainda transportará a preço mais acessível a produção exportada e importada; a ferrovia Norte-Sul terá chegado ao Norte do país e já estará muito próxima de estar se interligada à região sul, proporcionando ao país a utilização daquele modal de transporte em escala nunca dantes vista em nossa história; o mesmo vale para o transporte hidroviário, enfim, diante de tudo que está sendo construído agora, em termos de logística, poderá dar ao petista condições tão favoráveis de administrar o país que abrirá a possibilidade de que recupere rapidamente os índices de popularidade que tinha quando saiu em janeiro de 2011.

Não deve ser fácil para FHC conviver com esses fantasmas, principalmente na idade em que está. Ele que entregou ao sucessor, justamente Lula, um país destroçado economicamente, dizimado socialmente e desacreditado politicamente, na vã crença de que aquele sucessor fracassaria e ele poderia voltar triunfalmente. Não foi de caso pensado, mas, por incompetência, o que ocorreu como é sabido por todos e, desde então, esse pote até aqui de mágoas só tem enchido, mesmo que isso pareça impossível.

Hoje FHC não produz uma ideia sequer, não formula uma política pública, não é capaz de contribuir nem com uma singela sugestão que ajude o país. Seu discurso é destrutivo, ressentido e corrosivo, marcado pela obsessão de retomada  do poder usando métodos até menos éticos do que aqueles que usou pra comandar o país por 8 anos.

Só poderia dar nessa performance patética. Dá a impressão que, quando está sozinho, comporta-se como aqueles generais aposentados dos filmes do espanhol Carlos Saura: ensaia aparições triunfais diante do espelho; toma medidas espetaculares que encantam uma massa que apenas seus ouvidos conseguem ouvir, não consegue ir além da condição de cópia malfeita de si mesmo. Triste!

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