Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

A disputa

Não se deve ignorar as cartas que um jogador profissional costuma guardar nas mangas das camisas, porém, parece arriscado o proceder atual de Eduardo Cunha, em dar seguimento a eventual pedido de impeachment toda vez que percebe aumentar o risco da perda de seu mandato por envolvimento na Lava Jato. Ainda que tenha convicção que a PGE atue de forma combinada com o Ministério da Justiça e AGU para incriminá-lo, causa estranheza que tenha resumido sua defesa em uma tática que aposta todas as fichas em um desvio de foco de si para a presidência da República.

Cunha está transformando uma prova de longa distância em uma corrida de cem metros rasos, esta geralmente decidida em detalhes. Certo é que, até aqui, o PMDB tem demonstrado que não mudou nadica de nada em relação ao jeito tradicionalmente escorregadio de se comportar, tanto que já deixou Cunha falando sozinho algumas vezes, principalmente na conturbada sugestão de romper com o governo.

O presidente da Câmara deve saber mais que qualquer um o risco inerente a abertura de um processo contra si, as consequentes defecções que isto causaria na sua base de apoio na Câmara Federal e a possibilidade nada desprezível de frustrar-se prematuramente a formação de uma comissão que viesse a analisar a possibilidade de abertura do processo de cassação do mandato de Dilma; paralelamente ao aprofundamento, no STF, da investigação contra o seu mandato.

Ou, talvez, nem seja isso. Trata-se do açodamento do noticiário querendo parecer furo de reportagem quando, na verdade, tudo faz parte do jogo jogado desde 2005, quando a oposição e seu braço midiático recorrem à tática do sangramento e o governo defende-se com seus estoques disponíveis e tudo sendo decidido no momento democraticamente pactuado.

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