Pay day, day after e maldades privatas

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin(PSDB), acaba de dar mais um passo atrás no seu desastrado governo ao enviar Mensagem à Assembléia Legislativa mandando suspender a licença-prêmio dos servidores públicos do estado, um direito estatutário conquistado pelo servidor público nos quatro cantos do país, a cada cinco anos de efetivo exercício e com assiduidade o funcionário tem três meses de licença remunerada. Ressalte-se que isto ocorre há décadas, portanto, o retrocesso dessa proposta é mais uma maldade da grife 'Privata'.

Na semana passada, aqui no Pará, nos deparamos com o horror que significou o 'pay day', ou dia do pagamento dos servidores da educação, marcado pelo pânico daqueles pobres coitados que se depararam com o saldo negativo em suas contas. Ou seja, o governo tungou-lhes o que lhes era de direito e o restante a carteira de agiotagem do Banpará tratou de atirar pro negativo.

Feito aquele time que jogou com o Clube do Remo, no domingo último, pela Série D do Campeonato Brasileiro, que entrou em campo "devendo" três pontos, os professores entram em sala de aula neste mês do "cachorro louco", que poderia por esses professores ser chamado do mês "do pescador tresloucado", devendo 400, 600, uns até 1000 reais, dívida que certamente se somará as já existentes, enquanto o governo do estado finge-se de morto.

Agora imagine essa febre de tunga espalhada nos quatro cantos do país, conforme a histeria direitista delira a todo o momento, vislumbrando a possibilidade de um golpe de estado que os faça tornar ao Planalto, já que pelo voto tá difícil. Imagine o agiota Armínio Fraga, cercado pelos urubólogos globais explicando ao país que o salário mínimo é muito alto para os padrões nacionais. Imagine o ditador de plantão(devida e solenemente chamado de "presidente pelo melífluo Bonner) anunciar em cadeia nacional que a extinção do Bolsa-Família visa acabar com imprecisões orçamentárias que só faziam comprometer o equilíbrio das contas públicas, pouco se importando com o retorno imediato à miséria de mais de 13 milhões de famílias.

Para quem, bovinamente, repete o mantra global da "crise" que ora vivemo, espere a chegada(toc toc toc) desse verdadeiro day after pra ver o que é de fato uma crise. Principalmente quando chegar o pay day.