Condenados a exaltar a 'Era Zabaletta'

De repente, a seleção argentina, que goleou o Paraguai, ontem, pela semi final da Copa América, virou a maior banda de todos os tempos da última semana. Mesmo não ganhando coisa nenhuma desde 1986, o time dos hermanos é lembrado a todo o momento como um exemplo a ser seguido pelos brasileiros.

Não que nosso time seja alguma maravilha. Longe disso. No entanto, em são consciência, não há torcedor de qualquer clube brasileiro que sonhe ter um Zabaletta, um De Michellis ou um Mascherano em seu time. Mas, no imaginário de muitos "especialistas", parece que a Argentina é composta por 11 Messis.

Menos, gente, menos. Se formos avaliar jogador por jogador, constataremos que o Brasil não fica nada a dever aos argentinos, exceção, repita-se, feita a Lionel Messi. Com efeito, o nosso maior problema continua fora das quatro linhas, exatamente porque a safra de Ricardos Teixeiras, Marins e outros celerados parece renovar-se mais abundantemente em relação aos craques que vestirão nossa camisa.

A propósito, provavelmente entre em votação ainda hoje na Câmara do Cunha a MP do futebol, que visa, entre outras coisas, impor responsabilidade fiscal a um setor que é uma verdadeira esculhambação. No entanto, uma tal bancada da bola já está a mobilizar-se a fim de apresentar tantas emendas ao projeto quantas forem necessárias para deixar tudo como está. Resultado: a tendência é que continuemos aplaudindo os Zabalettas da vida. Triste!