Conta uma antiga anedota que dois leões fugiram de um circo, causando grande tumulto na cidade. Para alívio geral, um foi logo capturado, porém o outro demandou gasto de mais tempo e energia na sua captura.
Novamente enjaulados, notou-se que o primeiro a ser capturado estava muito magro, ao contrário do segundo, estando contido no diálogo entre ambos a graça e o esclarecimento da diferença de peso entre ambos.
- Me escondi num matagal aqui próximo, diz o mais magro, e o máximo que consegui foi devorar um cachorro vira lata. Faminto, me aproximei mais do perímetro urbano e acabei capturado.
- Já eu, diz o gordinho, me escondi no porão de uma repartição pública e todo dia devorava um funcionário que ninguém dava por falta. Até que um dia caí na besteira de devorar a mulher que fazia o café, causando grande tumulto no prédio até organizarem uma equipe de busca, que acabou por me pegar.
Decididamente, pelas infelizes declarações publicas que prestou e pela apatia que o caracteriza, o nosso ministro da justiça está longe de fazer a falta que fez a mulher do café na anedota. Dizer que é obrigado a atender outros grupos além do PT, que ora questiona a inoperância do ministro, é argumento infanto/juvenil de quem se imagina protagonista da conhecida historieta do velho, o menino e o burro. Cardozo não está lá pra agradar ninguém, mas para comandar os orgãos governamentais envolvidos em suas diversas missões a fim de que atuem no mais estrito cumprimento de seus respectivos deveres legais..
Além disso, é seu dever exigir institucionalmente que o governo também seja tratado dentro dos marcos republicanos existentes em uma sociedade democrática, exatamente aquilo que o ministro escusa-se de incluir naquilo que parece sua ser sua defesa e visão administrativa. Até agora, permanece silente a respeito dos indecorosos adesivos ofensivos à presidenta e as mulheres em geral
O blog Conversa Afiada lista, hoje, uma série de omissões cometidas pelo Ministério da Justiça sob o comando de Cardozo, que poluem enormemente o ar democrático que respiramos, sem que o ministro vislumbre filtros que o purifiquem.
Um policial federal, um servidor público subordinado ao ministro, publica em sua página nas redes sociais uma foto em que treina tiro ao alvo em um cartaz de Dilma; outro, pelo mesmo veículo, chama Lula de 'anta' e esculhamba Dilma, manifestando publicamente sua opção eleitoral e ainda ganha como "punição" integrar equipe da PF que auxilia na famigerada Operação Lava Jato; recorrentemente, fatos tidos como sigilosos nessa destrambelhada operação são vazados e o Ministro não preserva a instituição sob seu comando, envolvida nela.
A gota dágua deu-se ontem, diante de dos atônitos parlamentares integrantes da CPI da Petrobras, quando um policial federal declarou impávida, ou melhor, impune e colossalmente que, cumprindo ordens superiores, de delegados subordinados ao Zé Cardozo, promoveu escuta ilegal em celas de presos na dita operação, tratando delinquência oficial gravíssima como se fato natural fosse.
E agora José? Não acha você que, tanto faz acompanhar o burrinho a pé quanto ir montado nele sozinho ou na companhia de um guri você jamais agradará? Que chegou tarde à esfarrapada desculpa de que isso é culpa do PT, pois é isso que a direita está fazendo debaixo dos seus olhos? Enfim, não acha você que o melhor a fazer é sair cantarolando, "Depois dessa, vou pegar minha viola, vou por no saco e vou embora...?" E com a leve impressão de que já vai tarde?
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