Jorge Paz Amorim

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Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

sábado, 2 de maio de 2015

O papel de Eduardo Cunha


Tão envolto no fisiologismo que comanda às custas do cargo que o ocupa, o presidente da Câmara Federal recusa-se a apresentar razões de mérito(?) pra questionar um provável veto da presidenta Dilma Rousseff ao famigerado PL Nº4330/04. Prefere apelar à chantagem que caracteriza seu comportamento parlamentar, pedindo cautela à presidenta por conta dos votos que aprovaram o tal PL contaram com votos de parlamentares de bancadas de apoio ao governo.

Cunha tenta manter o clima de confronto e, para tal, apresenta sua tropa de choque como demonstração de força. Pode ser. No entanto, o resultado apertado também parece soar como um recado da classe trabalhadora a Cunha. Mesmo que o presidente da Câmara isole a sede do Poder, deve estar vendo as movimentações no Senado, onde Renan recebeu em audiência o presidente da CUT e até o maleável senador tucano Aécio Neves, depois de praticamente obrigar a bancada de deputados de seu partido a votar na proposta original do ex-deputado Sandro Mabel, agora fala em "aprimorar" o projeto.

Fato é que Cunha, FIESP, Farsa Sindical e outros que defendem pura e simplesmente aquilo que saiu da Câmara correm o risco de ver sua "conquista" desabar e a terceirização na contratação de trabalhadores para exercer cargo nas atividades fim do serviço público virar pó.

Derrotado, Cunha certamente acirrará o confronto através de sua agenda ultra conservadora e descaradamente a serviço de interesses particulares. A começar pela sua PEC que invade a competência privativa do Poder Executivo, estabelecendo o limite de vinte ministérios e que deve ser o prato cheio da mídia conservadora e partidarizada. Mesmo com Cunha tendo mais de cem assessores, juntando mandato de deputado e exercício do cargo de presidente, mesmo com custos altíssimos em determinados setores do Poder Legislativo, a mídia venderá essa PEC destrambelhada como medida séria no trato da coisa pública.

O que se depreende disso é o papel cada vez mais relevante que Eduardo Cunha vai tendo pra oposição conservadora. Único a demonstrar coragem de assumir essa agenda dos sonhos de grupos inconformados com a hegemonia de um governo democrático e popular, Cunha tende a ter um papel fundamental na elaboração de uma pauta que confronte o atual governo. A não ser que a Lava Jato, fora dos domínios de Moro, o abata durante esse voo e provoque um estrago inimaginável nesse projeto. Aguardemos.

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