Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

O ardil dos oportunistas


Quando Toninho Malvadeza falava da existência de dois tipos de jornalistas: os que gostam de informações e os que gostam de dinheiro, certamente não estava se referindo a proprietários de jornais, nem sempre jornalistas, pois sabia que jornal no Brasil, salvo raras exceções, sempre foi um imenso balcão de negócios, principalmente quando o dono do "negócio" é político.

Ontem, um jornal da cidade publicou entrevista com um operador portuário que mais parecia a "voz do dono", tamanha era a ousadia em tergiversar a respeito daquilo que ora está em fase de realização na área da infraestrutura logística do país, inclusive no que diz respeito à nossa região e ao transporte comercial fluvial.

Marcada por uma velhaca venda de dificuldades, sabe-se lá com que propósitos, o entrevistado faz afirmações que vão do patético ao déja vu, na linha da cretina e recorrente discriminação federal a nossos interesses, ressabiando quem está minimamente informado a respeito do que está em andamento, bem como da ameaça de entrada em cena da velha e nefasta prática de tirar proveito em tudo, principalmente quando se é detentor de mandato eletivo e proprietário de jornal.

Fala o indigitado que a União entende que nossa vocação é rodoviária. Será que ele pensa que o Brasil ainda é governado por Castelo Branco? Ou imagina que os idiotas somos nós? Será que sabe que as eclusas da Hidrelétrica de Tucuruí estão com suas obras concluídas?

Não. Ninguém é tão ingênuo assim ocupando um cargo dessa envergadura. Sua ingenuidade é pensar que nós, os leitores, somos trouxas. Claro que a conclusão do derrocamento do Pedral é urgente e o governo federal sabe disso. E sabe tão bem que tem se defendido com unhas e dentes dos "aliados" que andam com uma proposta sob o suvaco pensando em tirá-la dali e enfiar goela abaixo do contribuinte; enquanto o governo cobra da Vale, maior beneficiária da obra, parceria nos gastos para a sua realização. Como são ciumentos esses dublês de parlamentares e donos de jornal quando se trata de usufruir benesses da mineradora privada que explora nossas minas.

Diz, ainda, o representante do tal Sindopar que as obras da Ferrovia Norte-Sul começaram a ser construídas pela Região Sul. Recomenda-se ao líder sindical acordar cedo e assistir algumas aulas do Telecurso pra entender que os quase 2 mil kms da ferrovia que saem de Goiás, passam pelo Tocantins e atualmente rumam de Açailândia, no Maranhão, pra vir até o Porto de Vila do Conde, no Pará, é obra em andamento, tanto que tem gente querendo faturar politicamente também em cima dela propondo que vá até Paragominas. Sem nenhum interesse particular?

Uma pena, enfim, que o bom debate sobre nossa logística obedeça a mesma lógica desde os tempos em que começaram, lá de Brasília, a pensar soluções para nossa região contando com a omissão dos nossos representantes. Hoje, quando caminhamos para concluir obras importantes nessa área, persiste o vício político de tirar proveito particularmente daquilo que vai beneficiar toda a população, pior, recorrendo-se ao surrado bordão da discriminação, também criado como álibi para mascarar essa omissão que muito ajudou a perpetrar nosso atraso. Lamentável!

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