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Obviedade: não existe TV Hawilla. Quem sempre transmitiu a Copa do Brasil desde que foi criada por Ricardo Teixeira, em 1990, hoje já não mais com exclusividade, foi a Rede Globo da qual o encrencado e corrupto J. Hawilla é apenas concessionário e provavelmente testa-de-ferro, pois se os direitos de transmissão da Copa do Brasil, torneio anual de clubes brasileiros, eram alvo de corrupção, com a acusação de que a Traffic pagava R$2 milhões em propina a Marin e a outros dois dirigentes da CBF por esses direitos, claro é que havia um titular desses direitos por trás, no caso a Rede Globo.

O Senado Federal acaba de aprovar requerimento do socialista Romário, solicitando a criação da CPI da CBF. Tudo indica que o fato determinado, objeto que fundamenta as investigações, é investigar a venda de direitos de transmissão de eventos esportivos, como a Copa América e a Copa do Brasil, e tem como um dos principais personagens o empresário José Hawilla, dono da empresa de marketing esportivo Traffic, que é também o fundador da TV TEM, afiliada da Rede Globo no interior de São Paulo. Ou seja tudo deva girar em torno desse fato, as propinas que J. Hawilla confessou ter pago a dirigentes da CBF; e o patrocínio da Nike, segundo a investigação iniciada nos EUA, também objeto de corrupção braba.

Portanto, todos os indícios apontam na direção da Rede Globo sem precisar recorrer à Teoria do Domínio do Fato, muito usada por magistrados deslumbrados com spots e câmeras globais quando se tratava de condenar desafetos da emissora. Basta seguir o dinheiro, que as evidências indicam ser destinado a Ricardo Teixeira, assim como indicam ser a emissora dos Marinho o ponto de partida.

Ricardo Teixeira foi salvo por um requerimento do senador Agripino Maia, em CPI anterior sob o mesmo teor, quando já estava com um pé em cela de alguma casa de detenção do país porque as acusações de contrabando trazido após a Copa de 1994(coincidência?) já haviam ultrapassado as suspeitas e se tornado certeza. Agora, sob investigação que não indica tanta amizade, agravada pela atuação da polícia estadunidense, tudo leva a crer que a situação tornar-se-á bem mais grave. Será?