Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Um baque na espetacularização justiceira

: Como era de se esperar, a avaliação global a respeito da decisão do STF em tirar da prisão os empreiteiros acusados de pagar propina pra conseguir contratos vantajosos e foras da lei na Petrobras, primou pelo golpismo intrínseco ao grupo porta-voz dos donos do poder pós 1964.

Com efeito, alegar que "a decisão do STF estremeceu o comando da Lava Jato, pois a manutenção das prisões preventivas acabava forçando os executivos das empreiteiras a aceitar os benefícios da delação premiada" é deboche inconcebível com a legislação vigente, bem como chantagem explícita contra presos ao arrepio da lei. Na medida em que essa essas prisões já caminhavam para completar seis meses de duração e, até aqui, a tão aguardada delação que incriminasse Lula e Dilma não foi feita, então, o que viesse daqui por diante teria o mesmo status jurídico da prisão da cunhada do ex-tesoureiro do PT. Ou seja, zero de cumprimento da lei.

Assim, a "medida medievalesca, que cobriria de vergonha nossa sociedade", como bem ressaltou o ministro do STF, pode até ter frustrado o golpismo amplo, geral e irrestrito. No entanto, deu uma enorme força ao estado de direito e derrotou a espetacularização da ação da justiça, impedindo que outro pop star togado surja diante das câmeras fazendo justiçamento seletivo e alimentando o pantagruelismo dos que deliram por estarem à míngua diante da 'seca' de poder que experimentam há treze anos.

Parece que, finalmente, os trabalhos da Operação Lava Jato iniciarão podendo até casar-se com aquilo que está sendo investigado na CPI da Petrobras, ora desenrolando-se no Congresso Nacional. Com transparência e livre dos recorrentes vazamentos seletivos, a referida investigação pode ir muito além do sepultamento da artimanha privata intitulada 'regime diferenciado de compras'. Pode ferir de morte a impunidade de quem passou esse tempo todo apontando o dedo para outros, cheio de culpas pelos acontecimentos. Promete!

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