Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

quarta-feira, 1 de abril de 2015

"Ditadura nunca mais!"

"Naquela noite de 1º de abril, Darcy Ribeiro enviou ofício ao Congresso Nacional, comunicando que (João) Goulart viajara para Porto Alegre, onde estabeleceria  a a sede do governo. Não obstante, o senador Auro Moura Andrade, vice-presidente do Congresso Nacional, convocou uma sessão extraordinária e, ao abri-la, declarou em breves minutos a vacância do cargo, ilegalmente, violentando as normas constitucionais e o próprio Regimento Interno do Congresso, pois sabia que Goulart se encontrava em território nacional, no Rio Grande do Sul, ou seja, não abandonara o país sem permissão do Congresso e não renunciara à presidência da República". Luiz Alberto Moniz Bandeira- O Governo João Goulart.

Esta é a verdade dos fatos: o golpe fatal contra o governo Jango foi desferido no dia primeiro de abril, o que acentua seu caráter farsesco posteriormente comprovado, e não no dia 31 de março, data que os golpistas adotaram pra fugir da inevitável associação entre o embuste que praticaram e o dia da mentira, largamente comemorado no país.

No dia 31 de março, as tropas do general Olympio Mourão Filho, auto intitulado "Vaca Fardada", marchavam de Minas Gerais em direção ao Rio de Janeiro; e as do general Luiz Guedes avançavam contra Brasília, tudo conforme o figurino da Operação Brother Sam, cujo mentor era o embaixador estadunidense Lincoln Gordon, tendo à frente o lacaio fardado Humberto de Alencar Castelo Branco, que viria ser o primeiro ditador daquele sombrio período.

Hoje, quando a direita volta às ruas pra lembrar aquela aventura macabra, devemos ressaltar o ato de grande significado democrático do governador do estado do Maranhão, Flávio Dino, que determinou que fossem trocados, ainda hoje, os nomes das escolas públicas daquele estado em homenagem aos ditadores imerecedores de quaisquer homenagens. A Secretaria de Estado da Educação identificou, em nove municípios maranhenses, dez instituições de ensino que possuíam nomes de ex-presidentes do regime militar. Na capital, São Luís, a Escola Estadual Marechal Castelo Branco passará a se chamar Unidade Jackson Lago (ex-governador do estado). Em Imperatriz, o então Centro de Ensino Castelo Branco se tornará Centro de Ensino Vinícius de Moraes. Em Timbiras, a escola batizada com o nome do sanguinário Emílio Garrastazu Médici será, a partir de hoje, Centro de Ensino Paulo Freire.

Mais que uma atitude simbólica, nesse momento de assanhamento reacionário, a atitude do governador maranhense deveria servir de exemplo para que os educadores brasileiros se mobilizassem e operassem uma luta para que as trocas ocorressem em todo o território nacional. Com efeito, seria uma forma de fortalecer nossa democracia e exorcizar definitivamente esse fantasma invocado pela canalha reacionária, inconformada com as conquistas sociais obtidas pelo Brasil nos últimos 13 anos.
(Com informações da revista Forum)

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